O Grêmio terá, sim, altitude na Libertadores. E também deserto. Nesta quarta-feira, o Deportes Iquique solicitou à prefeitura de Calama o Estádio Zorros del Desierto para mandar sua partida contra os gaúchos no dia 3 de maio. Calama é a sede do Cobreloa e está a 2,2 mil metros acima do nível do mar. Uma altitude leve, é verdade, mas combinada com o clima seco costuma criar dificuldades aos forasteiros. O nome do estádio é em homenagem à uma raça de raposa (zorro) muito comum no Atacama, ironicamente conhecida como raposa colorada.
Leia mais:
Marinho comemora interesse de clubes, mas diz não saber destino
Números, política e Twitter: conheça o novo vice de futebol do Grêmio
Vice de futebol do Grêmio fala sobre tratativas com Kayke e Marinho
O Iquique, inicialmente, pediu à prefeitura o estádio apenas para a partida contra o Grêmio. Ainda pleiteia mandar em sua cidade as partidas contra Guarani, do Paraguai, e Zamora, da Venezuela. Mas dificilmente a Conmebol liberará o Estádio de Cavancha, cuja maior qualidade é estar à beira mar. Sua capacidade é para 2,5 mil pessoas. Tanto que no Chile está liberado apenas para jogos de classe B. O Iquique derrubou o seu estádio, Tierra de Campeones, e já iniciou a construção de uma nova casa.
Calama é a casa do Cobreloa, vice-campeão da Libertadores em 1981, quando perdeu para o Flamengo. Está encravada numa região que tem como fonte econômica a siderurgia. Foi reinaugurado em 2014 e possui uma arquitetura que valoriza as instalações de cobre, principal metal extraído das minas locais. A capacidade é de 12 mil lugares, e o gramado, embora seja no meio do deserto, é considerado um dos melhores do futebol chileno.
A questão de logística, tão reclamada pelo presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Júnior, no sorteio da Libertadores, não mudará muito. Calama fica a uma hora de avião de Santiago e a 380 quilômetros de Iquique.