Wallace Reis concedia uma entrevista coletiva de rotina nesta quarta-feira. Nela, chegou a comentar que o Grêmio precisará se adaptar ao palco do jogo de domingo, contra o Botafogo, que será disputado sobre o gramado ruim do Estádio Luso-Brasileiro, na Ilha do Governador. Até que, ao ser perguntado sobre o Bom Senso, mudou o tom. E fez críticas inclusive à própria classe de jogadores.
– O Bom Senso perdeu um pouco da linha inicial. Não tinha espaço na CBF para conversa com eles, os jogadores foram largando, tinha Alex, Dida, mas não foram surgindo novas lideranças – comentou, adicionando que os jogadores já tomam "paulada" demais, nos jogos quarta e domingo.
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Para ilustrar as dificuldades de encarar as mudanças no futebol nacional, Wallace até lembrou uma episódio vivido no Rio de Janeiro:
– No ano passado, coloquei no vestiário do Flamengo informações sobre a (Medida Provisória) 671 e, de um grupo de 27, só dois me procuraram para saber o que era. Vamos ficando desacreditados, desmotivados. O jogador tem que ser alienado e acéfalo, mesmo, porque não quer melhorar. Prefere o que é mais cômodo. O cara não quer benefício, não tem noção do que é, não pensa nisso, pensa em outras coisas. Vai deixando a chance de ter um futebol melhor passar porque não está interessado.
Wallace considerou a omissão dos jogadores um "problema cultural e educacional". E acabou criticando parte da imprensa.
– Não quero ficar defendendo minha causa, mas passei um momento que me criticavam por eu ler livros. Isso é um absurdo. Não consigo aceitar que um formador de opinião fale algo assim. É de doer o coração. Hoje sei lidar melhor com essas coisas. Quero é crescer como pessoa, evoluir. Quero ser exemplo porque tenho dois filhos e luto por eles também. Mas acho que o futebol vai ficar estagnado por muitos anos.
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