Capitão da equipe campeã da Libertadores de 1995, Adilson Batista atende a ligação de Zero Hora e diz que já perdeu a conta de quantos torcedores do Grêmio o procuram para reclamar, inconsoláveis, dos gols sofridos pelo time em bolas altas. No empate em 3 a 3 contra a Chapecoense, quarta-feira, na Arena Condá, a conta chegou a 20 só em 2016.
– Eu respondo na brincadeira: o segredo é chamar o Oberdan e o Hugo de León – afirma o ex-zagueiro, hoje treinador.
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A bola aérea não é um drama apenas para os torcedores. Perguntados sobre as causas do problema, os zagueiros atrapalham-se na explicação e, no máximo, prometem trabalhar para achar o defeito.
Citado por Adilson, Oberdan Villain, 71 anos, o lendário zagueiro da década de 1970, entende que parte do problema passa pela liderança dentro de campo.
– É preciso um zagueiro que se imponha e cobre dos parceiros. Alguém que seja um treinador dentro de campo. E quem for cobrado não pode se melindrar – observa.
Outro fator decisivo é o tempo de bola. Oberdan revela que, antes do futebol, foi jogador de basquete e aprendeu a calcular melhor o tempo que a bola levava para cair depois de atingir na tabela. Uma lição que, garante, serviu dentro dos gramados.
– E o zagueiro não precisa ser grandalhão. Na minha época de Santos, enfrentei Torres, um centroavante da seleção portuguesa, tinha dois metros de altura e ele não me ganhava por cima – conta Oberdan.
Só que tempo de bola "não se compra" em farmácia, avisa Adilson Batista. Para ele, uma regra básica é não deixar o adversário tomar velocidade, como ocorreu no segundo gol de Thiego, da Chapecoense. Outra dica é "atacar" a bola, não ficar estático à espera dela. Para ele, são características que o zagueiro precisa se esforçar para adquirir. Nesse sentido, Adilson retira parte da culpa do técnico.
– Roger faz um trabalho exemplar, todos sabem como gosto dele – diz.
Ontem, o goleiro Marcelo Grohe assumiu parte da responsabilidade pelos gols. Ao dizer que entende as críticas, aposta no trabalho como única solução.
– Em algum momento, a gente tem uma queda de produção. Não adianta eu ficar dando desculpas, sempre assumi meus erros – destacou.
Dicas de Adilson Batista e Oberdan
– Contato, sentir onde o adversário está
– Ir ao encontro da bola, não esperar que ela venha em sua direção
– Aprimorar o tempo de bola para saber onde a bola vai cair
– Movimentar-se, não ficar "namorando" a trave
– Treinar impulsão
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