É duro apontar erros individuais como causa de uma derrota em um esporte tão coletivo como o futebol. Mas eles acontecem, e isso não significa a demonização de ninguém.
Foram por erros, a maioria de bola parada defensiva, nos quais Bressan esteve sempre envolvido, sendo um deles terrível, o do goleiro Bruno Grassi, que o Grêmio perdeu para o Palmeiras por 4 a 3 um jogo no qual chegou a ser superior.
O problema é que ninguém erra tanto impunemente. As mancadas afetaram o conjunto ao ponto de incluírem até o quase sempre perfeito Pedro Geromel. O tormento voltou: bola erguida na área azul? Pânico.
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O Grêmio começou bem, mesmo saindo atrás cedo no placar em lançamento de Dudu para Gabriel Jesus às costas de Bressan. Empatou em um gol de Giuliano no qual Bressan estava impedido. Virou em bela jogada pela direita de Edilson (foto), um dos melhores em campo, servindo Giuliano, mas aí a falha grave do substituto de Marcelo Grohe despejou gelo glacial na reação. Grassi foi encoberto por uma puxeta medonha, da linha de fundo. Gol sem querer de Roger Guedes.
O Grêmio não pode deixar esta derrota afetar a parte emocional, que parecia recuperada. E tem de examinar os motivos pelos quais o nível de marcação caiu tanto no segundo tempo. Sobretudo depois que virou o jogo e sofreu o empate em 2 a 2, a recomposição ficou lenta. O Grêmio afrouxou a marcação, mesmo quando alinhou um trio atuando como volantes: Giuliano (belo jogo) pela esquerda, Maicon centralizado e Walace na direita.
Há um fato indesmentível nesta derrota do Grêmio. Não foi por acaso que o Palmeiras buscou tanto o jogo aéreo em cima da defesa tricolor, seja procurando uma falta perto da área, cavando escanteios ou mesmo alçando a chamada bola viajada. O fez como estratégia, sabendo que por ali o Grêmio vazou no primeiro semestre, ainda que viesse intocado na largada do Brasileirão.
Outro aspecto foi a entrada de Roger Guedes no lugar de Alecsandro, no intervalo. Móvel, se mexendo pelos lados, a defesa gremista não conseguiu bloqueá-lo, enquanto Alecsandro facilitava a vida dos zagueiros se entregando à marcação.
Ou o Grêmio derrota os erros de sua bola aérea defensiva, ou será derrotado por esta deficiência não só no primeiro, mas também no segundo semestre. Vale lembrar que, apesar da derrota, o começo do Grêmio é muito bom: 10 pontos em 15 disputados.
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