Quase 20 anos depois de deixar o clube, o ex-volante Dinho, 49 anos, é lembrado cada vez que o Grêmio enfrenta uma missão quase impossível, desmanchar um placar adverso, alcançar a vitória e uma classificação.
Ele foi símbolo de virilidade nas conquistas dos anos 1990. O alcancei ontem por celular em Porto Alegre. Procurei saber se "espírito de Libertadores" existe mesmo ou é só folclore do futebol. Abaixo, a nossa conversa.
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Tem sentido falar em "espírito de Libertadores"?
Claro. Basta olhar um time argentino ou um uruguaio. Você viu o Rosario Central vencer o Grêmio na quarta-feira passada na Arena? Então, você sentiu o que é exibir "espírito de Libertadores".
O Grêmio de 2016 tem ou não tem essa marca especialíssima?
O Geromel tem de sobra. Todos os atletas gremistas deveriam se espelhar nele. O zagueiro tem vontade. Bota a cabeça no pé do adversário. Marca. Divide. O Geromel é o exemplo. Todos devem ser um pouco como ele.
O paulista Geromel é o cara?
(Dinho ergue a voz) Ele tem vontade, determinação e arrojo. Os jogadores precisar agir como o Geromel. Até os mais técnicos precisam se portar da mesma maneira. Libertadores não é torneio normal, Gauchão ou Brasileirão. Só segue adiante quem oferece um poucos mais. Vou te contar que Libertadores é que nem Copa do Mundo. O jogador normal fica na primeira fase.
Qual a diferença entre a Libertadores dos anos 1990, seu tempo, e a de hoje, quando se joga uma partida decisiva em Rosario, no interior da Argentina?
As diferenças são enormes. Nos meus dias de jogador a pressão era maior. Nos 90 minutos, sobravam pontapés, cotovelos carrinhos e deslealdades. Fora das quatro linhas, os ônibus eram apedrejados, os atletas ameaçados mesmo nos vestiários e a torcida agitava muito mais. Hoje, a segurança é maior. É possível jogar com mais tranquilidade. Quem saia da linha, é punido. Vivemos outros tempos.
É verdade que os jogadores brasileiros tremem quando enfrentam os argentinos fora de casa?
Eu não tremia. Às vezes, os mais novos sentem o clima adverso e se intimidam um pouco. Mas cabe aos mais experientes ajudarem.
O Grêmio pode vencer? Qual a sua opinião?
Sim, se encorporar o "espírito de Libertadores". Não, se repetir a atuação do primeiro jogo contra o Rosario Central. Mas o time é bom. Eu confio.
– E você? Dinho pergunta. Não sou tão otimista assim.
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