Fora da Libertadores, o Grêmio agora volta suas atenções ao Brasileirão e à Copa do Brasil. A equipe treinada por Roger terá de se recuperar da terceira eliminação no ano (também caiu na Primeira Liga e no Gauchão) para salvar a temporada com um título nacional. A seca de grandes conquistas completará 15 anos no mês de junho – o último título de repercussão foi o tetra na Copa do Brasil, em 2001. E pressiona a diretoria, que promete reforços.
O presidente Romildo Bolzan terá de lidar com questões extracampo. A eliminação aumenta a pressão sobre o executivo Rui Costa, que pode deixar o cargo nos próximos dias. Além disso, o assédio de clubes europeus ameaça a permanência de promessas como Walace e Luan. Veja como fica a situação do clube para o resto do ano.
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Diretoria
A terceira eliminação no ano pode causar mudanças no futebol do Grêmio. Há três anos como executivo, Rui Costa tem sua saída do clube pedida por conselheiros ao presidente Romildo Bolzan. A pressão sobre o dirigente aumentou após o vazamento de áudio do filho do ex-presidente Fábio Koff, Fábio Koff Júnior, com duras críticas a Costa. Embora não tenha conquistado títulos, o executivo, que contratou 50 jogadores em sua gestão, tem o apoio do vestiário para seguir. Mas a pressão pode derrubá-lo, levando junto o vice de futebol César Pacheco.
Treinador
Mesmo com a queda na Libertadores, Roger Machado tem crédito com a direção do Grêmio. Com trabalho frequentemente elogiado pelo presidente Bolzan, por ter levado o time ao terceiro lugar no Brasileirão no ano passado, o técnico dificilmente deixará o clube neste momento. No entanto, uma má largada no Nacional pode fazer a pressão, que hoje é mais intensa na direção de futebol, respingar também no vestiário. Além disso, Roger desperta a cobiça de outras equipes brasileiras, como o Cruzeiro, que teria interesse em sua contratação.
Orçamento
Ao deixar a Libertadores, o Grêmio perderá a chance de incrementar seu faturamento com até US$ 6,7 milhões, o equivalente a R$ 23,7 milhões. Esta soma representa a premiação que a Conmebol pagará nas fases seguintes da competição (das quartas de final até a decisão) ao clube que alcançar o principal título da América. Ao clube gaúcho, restará em 2016 a disputa do Brasileirão, que ano passado premiou com R$ 10 milhões seu campeão, e da Copa do Brasil, que rendeu R$ 8 milhões a seu ganhador na última temporada.
Contratações
O Grêmio irá ao mercado para reforçar seu grupo para a disputa do Brasileirão. Para a direção, o clube não necessita, neste momento, de contratações para o meio-campo e o ataque. A lateral direita é prioridade. E o uruguaio Emilio Zeballos, 23 anos, volta ao radar. O clube acertou a compra de 60% dos direitos do jogador junto ao Defensor por R$ 3,5 milhões. Mas, sem prazo para inscrevê-lo na Libertadores, o Grêmio desistiu do negócio. O clube também busca mais um ou dois zagueiros, para repor a saída de Kadu, emprestado à Ponte Preta.
Saídas
Ao menos quatro jogadores do Grêmio despertam a cobiça de clubes europeus. O mais assediado é o volante Walace, que deve receber uma proposta oficial da Inter de Milão até o final do mês. Outro que está em alta no mercado é o atacante Luan, por quem o presidente Romildo Bolzan recusou uma oferta de R$ 50 milhões de um fundo inglês no ano passado. O goleiro Marcelo Grohe também pode receber propostas. Além disso, o equatoriano Miller Bolaños, mesmo recém-chegado, é alvo de equipes inglesas.
Política
A queda na Libertadores dá início à corrida pela sucessão presidencial no Grêmio. Em setembro, os conselheiros (e em outubro os sócios, caso mais de uma chapa passe pela cláusula de barreira) escolhem a diretoria que vai comandar o clube pelos próximos três anos (2017 a 2019). Há grande possibilidade que Romildo Bolzan tente sua reeleição, embora o dirigente ainda não admita a hipótese publicamente. Mas a terceira eliminação no ano dá munição aos grupos opositores que ainda cobram do atual presidente um desfecho no caso da compra da Arena.
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