Jogador do Grêmio por 11 anos, Alcindo, 71 anos, atuou ao lado de Pelé na Seleção e no Santos. Nesta sexta-feira, 23 de outubro, o Rei festejará seu 75º aniversário.
Nesta quarta-feira, no começo da tarde, o histórico número 9 tricolor, Alcindo, o Bugre, lembrou como era a convivência com o maior jogador de todos os tempos, especialmente em São Paulo.
Nós conversamos por telefone. Alcindo ficou emocionado com as doces lembranças. Veja um resumo do nosso papo.
Sabe quem faz aniversário nesta sexta-feira?
Pelé? Que legal. Não lembrava. Desejo saúde. Sucesso ele não precisa (risos). Faz tempo que não o vejo. Estou com saudade.
Como era a relação de vocês?
Ótima. Sabe que foi ele que me convidou para jogar no Santos em 1972? Pois é. Ele mandava seu motorista me buscar em casa quando morava em Santos. Passávamos horas no sítio dele. Pescávamos carpas no açude. Eu estava junto quando ele comprou o sítio. O Pelé encontrou até água mineral nas suas novas terras.
A aproximação de vocês foi fácil?
Sim, muito. Não sei o que ele viu em mim. Sempre fui um cara tranquilo, na minha. Nunca gostei da farra. O tratava como igual, acho que foi isso. Sou uma pessoa simples. Vi que ele também era.
Vocês se conheceram na Seleção Brasileira, antes da Copa do Mundo da Inglaterra de 1966?
Eu ia ao cinema para assistir Pelé nos cinejornais. Quando o vi de perto só faltou pedir autógrafo. Me senti nervoso. Com a Seleção, no Rio, fiquei num quarto com o mineiro Tostão. Somos dois caras tranquilos, meio tímidos até. Muito extrovertido, o Garrincha nos ajudou a conhecer os outros jogadores da Seleção, gente famosa que só conhecíamos de revistas e jornais. Não lembro da primeira vez que encontrei o Pelé.
Como você o chamava?
No Santos, depois, o chamava de Dico. Era um apelido íntimo, familiar, carinhoso, só para os amigos. Ele gostava, sorria.
E no gramado, na hora da adrenalina?
De Dico também, nos momentos mais tranquilos. Mas no calor do jogo, na vontade de ganhar, o tratavam de Pelé e Rei. Muitas vezes mandei Pelé para "p.q.p". Sabe como é, né, o calor do jogo deixa todos de cabeça quente. Ele também me mandava longe (risos). Nem sempre concordávamos em campo, o que é normal. Ele queria uma coisa, eu outra.
Como o Pelé gostava de jogar ao seu lado?
Eu atuava como "centroavante-centroavante", lá na frente, na boca da grande área. Me movimentava muito, arrastava os zagueiros para os dois lados e criava um corredor para o Pelé. Ele gostava. Podia chegar do meio de campo com a bola dominada. Bom, qualquer jogaria com o Pelé. Eu tinha meu estilo. Que bom que ele gostava.
Era bom jogar com ele?
Bom demais, lembro quase todo o dia. Muita gente tinha ciúme de mim na época. Imagina poder atuar ao lado do melhor do mundo. Mas eu não tenho um jogos especial com o Rei. Tenho vários.
Você que é gremista, ídolo e que continua fiel, ligado nos jogos do time, me diz: que tal os atacantes do Grêmio 2015?
Braian Rodríguez e Bobô?
Sim, os dois.
Olha, sou muito critico, franco, mas os dois não jogariam nem no meu time de futebol sete. São muito fracos. Mas bato palmas para os empresários deles.
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