O futuro dirá, mas quero crer que o Grêmio ganhou duas vezes na terça-feira à noite.
A primeira vitória é óbvia: ela está inscrita no placar - 1 a 0 e o "show do Marcelo".
A outra é quanto à sustentabilidade do time de Roger. Se aprendermos com os erros, poderemos ir longe. E nisso está a vitória de terça cuja confirmação virá com o tempo.
Temos dois distintos Grêmios de Roger Machado: 1) aquele organizado, de passes certeiros, rapidez e volume de jogo, que até se dá o luxo de dispensar a figura do centroavante (pra mim, essencial), que tem todas as condições de superar qualquer adversário; 2) e outro, em que Walace erra passes por abusar da autoconfiança, em que Pedro Rocha tem a irregularidade típica de um novato, em que Douglas e Luan se acomodam e em que Erazo acha realmente que é "El Elegante".
Garantimos a vaga nas oitavas da Copa do Brasil. Ufa! Isso é o principal, a urgência.
Agora, se der, vamos corrigir os erros claríssimos, que nos levaram a uma vitória magra (e nos pênaltis!!!) sobre o fraquíssimo Criciúma.
Temos a chance de ouro de comemorar um título importante no fim do ano.
Se conseguirmos, é uma ruptura em relação aos constrangedores 14 anos de insucessos.
Aliás, a eventual conquista da Sul-Americana (que não seria tão fácil como alguns dizem ) não romperia esse jejum.
Insisto: a "Sula" é um torneio bacana de ganhar, mas, definitivamente, não é um grande título, um título arrebatador.
Sonho que a Copa do Brasil nos leve a um encontro bacana, de todos nós, na Goethe!
Desde terça-feira, podemos sonhar com isso.
...
Agora, mudo um pouco de assunto pra falar sobre algo que está me incomodando.
Tenho sofrido críticas pontuais de alguns leitores, em especial com pseudônimo. E de que se trata as críticas? Do fato de eu ter escrito "Coligay - Tricolor e de todas as cores" (Editora Libretos). Digo a vocês: escrevi esse livro porque sou muito gremista e porque sei o quanto existe uma lenda urbana a respeito do suposto segregacionismo histórico do nosso clube.
A maioria dos gremistas entendeu o recado, que nos é francamente favorável. Mas há aqueles que não entenderam e que desqualificam a mim e ao meu trabalho. Peço compreensão. Por não ser gay (se fosse, diria, porque orientação sexual não é falha de caráter), tenho vivido uma experiência nova, em 50 anos de vida: a da homofobia. É triste, pessoal! Tenho profundo respeito pelas diferenças, e nosso clube não tem o elitismo que nossos detratores insistem em nos etiquetar. Percebam que o livro e outros textos que escrevo se voltam contra esses detratores - muita verdade ainda virá pela frente, verdade que nos dignifica.
Só posso dizer o seguinte: somos o verdadeiro clube do povo.
Viva o Tricolor.
E vamos em frente, unidos!
Obs - sobre os Tigres em geral:
O texto acima foi escrito na tarde de quarta-feira e agendado para esta quinta cedinho. Podemos dizer que a derrota do nosso rival, à noite, foi uma terceira conquista gremista nestas 48 horas. Não sou de tripudiar adversário. Mas quem sabe não temos uma mudança de ventos?
O Internacional chegou a essa Libertadores com erros de arbitragem no Brasileirão do ano passado, outras tantas neste ano, gols no finalzinho, coisas assim. Com o Grêmio, tem sido o contrário: muitos pontos perdidos em razão de erros em arbitragens desastradas - quando alguém argumenta que "a banca dá e recebe", lembra um jogo isolado contra o Figueirense, de muito tempo atrás. Ou seja, a exceção que confirma a regra. Nunca achei que fôssemos vítimas de complô, mas vale muito a máxima segundo a qual, quando a fase é ruim, tudo dá errado.
Quem sabe, o baque sofrido pelo rival e a nossa classificação contra o Criciúma (o Grêmio deveria ter se classificado para as oitavas da Copa do Brasil já no Brasileirão do ano passado, se tivesse ficado em sétimo lugar) signifique uma mudança de ventos? Só é importante que se reitere: precisamos reforçar o time!
Uma piadinha? O "Tigre" (Criciúma) foi eliminado na terça-feira. Os "Tigres", corporativos que são, resolveram vingá-lo. Flautinha sem maiores pretensões, ora melhor pra nós, né? Viva os bichanos!
*ZHESPORTES