Luiz Inácio Lula da Silva será lembrado por ações grandiosas e positivas que promoveu na Presidência da República. Mas, igualmente, ninguém esquecerá de que ele foi o presidente do "não sei de nada", sempre que escândalos estouravam no seu governo, muitas vezes na sala ao lado do seu gabinete, protagonizados por auxiliares diretos e da sua confiança.
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Nestes casos, sem o mínimo rubor, Lula virava os olhos, olhava para o alto e repetia a frase que o ex-presidente transformou em mantra: "Eu não sei de nada". E assim, reiterando a sua inocência, Lula atravessou o seu mandato incólume aos escândalos que incomodaram a opinião pública brasileira.
Vanderlei Luxemburgo é uma espécie de versão de Lula, na área do futebol.
Acostumado a envolver-se em confusões, nunca se ouviu de Luxemburgo qualquer ato de constrição. Segundo suas sempre generosas auto-avaliações, a culpa nunca é sua, apenas dos outros. Neste momento, a Conmebol puniu o treinador do Grêmio a seis jogos de suspensão pelos episódios de violência ocorridos no Chile após o jogo contra o Huachipato.
Sobre a pena recebida, Luxa repetiu as alegações de sempre: "Só o que fiz foi sair da confusão. Se peguei seis jogos por causa disso, acho um absurdo". As imagens da televisão não são conclusivas, apenas mostram Luxemburgo se afastar rindo, em seguida caindo e sendo chutado por jogadores do adversário.
Se o treinador estiver falando a verdade, foi um caso de ódio espontâneo manifestado por agressões injustificadas. Luxemburgo não provocou os chilenos. Apenas precisou fugir, caiu e foi agredido. Luxa, como Lula, também não sabe de nada. É a inocência personificada de um bebê.