Quando fui convocado pelo meu chefe aqui no Esporte, o Diego Araujo, para escrever sobre por que o Inter-SM merece subir para a Gauchão, logo me veio à cabeça o tempo em que eu era frequentador assíduo da Baixada Melancólica. Adolescente, pegava um radinho e, a pé, percorria a imensa Rua Coronel Niederauer de ponta a ponta.
Bom, voltando aos motivos pelos quais o Coloradinho merece ser finalista da Divisão de Acesso, poderia começar dizendo que é por ter em seu elenco um camisa 10 clássico, daqueles que dá gosto de ver jogar. Chiquinho (não confundir com o lateral formado no Beira-Rio) dita o ritmo da partida e tem a perna esquerda calibrada como a arma de um sniper. Aos 36 anos, rodou por vários times, mas nunca teve chance em um clube grande, o que é uma injustiça. Na Baixada, é ídolo.
Também poderia dizer que a equipe vermelha e branca é digna de subir por ser comandada por um treinador emergente, com conceitos inovadores. E não porque Vinícius Munhoz é meu amigo desde a infância e jogou comigo nos times de futsal dos colégios João Belém e Maneco, mas o trabalho dele é reconhecido na Divisão de Acesso. A equipe tem raça, joga bonito.
Por fim, acredito que o Inter-SM merece voltar à elite em homenagem aos santa-marienses. O 27 de janeiro de 2013 dilacerou a cidade. Depois da tragédia, a alegria no Calçadão parece que nunca mais foi a mesma. Agora, mais uma. O maior surto de toxoplasmose do mundo é registrado no Coração do Rio Grande. Com respeito ao Pelotas e a todos que querem um Bra-Pel no Gauchão de 2019, o “Interzinho” precisa subir. Pelo Chiquinho, pelo Vini, mas, fundamentalmente, pelos santa-marienses. Nós merecemos esse momento de felicidade.