Novo Hamburgo e Caxias decidem dentro de casa a vaga à final do Gauchão. E, com bons times, os dois times chegam em condições de alcançar este objetivo.
Abaixo, os colunistas de ZH respondem: teremos Gre-Nal na final do Gauchão? Confira!
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Diogo Olivier
Ninguém discute a consistência de Novo Hamburgo e Caxias. O desempenho do Gauchão é muito claro nesse sentido. O Noia de Beto Campos assumiu a ponta e não mais largou. Oscilou, acima e abaixo, mas manteve o prumo. O que é prova de maturidade enquanto time. Ainda não perdeu para Grêmio e Inter. Não é diferente com o Caxias de Luiz Carlos Winck. Segue imbatível diante da Dupla. Ainda assim, apesar de não considerar crime algum tanto um quanto outro avançarem e até mesmo decidirem o título, entendo que teremos Gre-Nal para definir o campeão.
Não seria a primeira vez que ótimas equipes alcançam as semifinais à luz de um futebol de qualidade. A diferença, este ano, talvez seja a análise de desempenho. Quase todos os clubes dispõem de alguém lidando com dados estatísticos de maneira inteligente, de modo a auxiliar a parte tática. Informações antes restritas aos grandes agora estão disponíveis com fartura. O problema é que, em situações como a deste domingo, quando é matar ou morrer, a força da instituição entra em campo.
Grêmio e Inter são quase intransponíveis na esfera estadual nessas horas. Dinheiro, torcida, estrutura, prêmio, elenco, jogadores decisivos empenhados em decidir quando nada mais resta. A vida do Grêmio, em desvantagem contra o Noia após o empate em 1 a 1 na Arena, é mais perigosa. A do Inter, que venceu por 1 a 0 em casa sem levar o gol qualificado, é um tanto mais tranquila no Centenário. Mas não muito. Enfim, apesar de a chance de o Interior marcar presença na final ser real, ainda aposto na centenária rivalidade Gre-Nal, um poder que transcende a razão.
Luiz Zini Pires
No futebol, às vezes, é preciso navegar firme e forte pelo canal da tradição. Pensar que um time do Interior possa disputar o título regional é quase um milagre. Como milagre não existe no futebol – nem na vida real – tenho certeza de que o maior clássico do Rio Grande do Sul decidirá o título da edição 2017 do Campeonato Estadual.
Enxergo dois trepidantes Gre-Nais no horizonte, nas próximas duas semanas, talvez os maiores e melhores enfrentamentos que a Arena e o Beira-Rio poderão abrigar na temporada – e olha que ainda restam oito meses de puro futebol. Gre-Nal é a vida das duas maiores torcidas do Estado.
Vou atrás da realidade, não contemplo o inesperado, aposto nas equipes que apresentam os melhores jogadores, que investem mais e que pagam milhões em folhas salariais – algo como R$ 14 milhões. Unida, a dupla Gre-Nal conta com quase um time inteiro com grife de seleção, não só do Brasil, mas de países vizinhos, como a Argentina, ou mais distantes, como o Equador.
Caxias e Novo Hamburgo só valorizaram a competição. São equipes tradicionais, contam com a força da comunidade, embora mereçam o triplo do apoio. Mostram times bem armados, muito bem treinados e com dirigentes que pensam futebol com inteligência. Luiz Carlos Winck e Beto Campos, os dois treinadores, estarão na lista dos melhores da competição e com folga. Disputar as semifinais do Gauchão é um feito. Empatar na Arena, trabalho do Noia, é um acontecimento – mesmo que enrolar taticamente Renato Portaluppi não seja algo incomum.
O Grêmio sofrerá um pouco mais. Precisa vencer. O Inter entra em campo com a bênção do empate. A emoção estará ao lado do torcedor. Melhor assim. Semifinal também se joga com o coração.
Maurício Saraiva
O Novo Hamburgo está diante do grande desafio de sua história domingo. Campanha irrepreensível, maturidade no enfrentamento na Arena no jogo de ida e uma confiança baseada nos fatos, tudo conspira pelo fato histórico e inédito para o anfitrião. Na contramão dos meus próprios argumentos, porém, creio que o Grêmio reverte a vantagem alheia e passa às finais do Gauchão.
A questão é a soma das qualidade de time e elenco com o peso do distintivo. Haverá cansaço do jogo no Paraguai e jogadores descontados, mas chegar à decisão do campeonato está acima de dificuldades comezinhas. Romildo quer, Renato quer, os jogadores acabam de colocar faixa no peito e apreciaram o sabor, casou no paladar. Tenho a impressão de que o Grêmio neutralizará o fator local como fez na conquista da Copa do Brasil e confirmará presença contra o Inter.
A vantagem colorada sobre o Caxias, que já era matemática, se conecta agora com o entusiasmo de quem acaba de se classificar às oitavas da Copa do Brasil misturando bravura e competência. Evoluções que estavam no meio do trajeto ganharam velocidade, como a de Nico López, personagem maior de vermelho nos 90 minutos de Itaquerão. Marcelo Lomba mostra uma insuspeitada personalidade de goleiro que cresce em jogo grande. A autoestima despedaçada com o rebaixamento ganhou alento quarta. Haverá de volta titulares importantes no Centenário domingo e, acima de tudo, um espírito forte de competição. Do material ao imaterial, estas são as razões para eu acreditar em Gre-Nais decidindo o Gauchão.
Wianey Carlet
Pergunte-me qual seria a minha final preferida para o Gauchão deste ano e a minha resposta já estaria pronta: Gre-Nal. Ver o maior campeonato do Rio Grande do Sul sendo decidido no maior clássico do Estado seria o desejo de 90% dos gaúchos. Ou mais. Entretanto, a pergunta feita não privilegia o desejo do analista mas, sim, a sua opinião.
E como sempre faço, não escondo e tampouco mascaro o meu pensamento, por mais que ele possa produzir desconfortos. Vocês, que estão me lendo, já descobriram a minha resposta. É isso mesmo, acredito que o título será disputado entre um time do Interior e outro da Capital.
Justifico. O Inter construiu boa vantagem para o segundo jogo, em Caxias do Sul. Além disso, ganhou um dia para se preparar para o jogo. Por fim, o estado anímico colorado será importante componente na hora da decisão. Sendo assim, acredito que o time de Zago está melhor aparelhado para terminar o domingo como finalista do Gauchão.
Já com relação ao Grêmio, não me ocorre a mesma opinião. O Grêmio não teve desempenho satisfatório contra o Iquique e o mesmo quadro se repetiu no primeiro confronto com o Novo Hamburgo. O empate na partida jogada na Arena deu ao Noia importante vantagem. Acrescente-se que o Grêmio joga no Paraguai. Obviamente, até para os jogadores que não participam deste jogo o desgaste será inevitável.
O Novo Hamburgo fez a melhor campanha do campeonato e decide vaga para a final na sua casa e com a vantagem de ter empatado o confronto realizado na Arena. Por todos estes elementos, por mais que eu preferisse ter Gre-Nal na decisão do campeonato, penso que o Grêmio não conseguirá superar tantas adversidades. Conclusão: Inter e Novo Hamburgo estão mais bem credenciados para decidir quem será o campeão gaúcho desta temporada.
*ZHESPORTES