Havia 44 anos que um time não conseguia acabar com a hegemonia da Dupla Gre-Nal e 59 que um time do interior não levava a taça. Essas duas marcas acabaram em 1998 quando o Juventude, vitaminado pela parceria com a Parmalat, derrotou o Inter na final e conquistou o Campeonato Gaúcho.
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O título foi uma façanha gigantesca do Juventude e a sequência de uma parceria de sucesso entre o clube e a Parmalat, empresa italiana que veio para o Brasil e investiu no futebol. O foco era o Palmeiras; Juventude e Paulista de Jundiaí eram uma espécie de sucursal. Essa união com o clube da Serra começou em 1993 e, no mesmo ano, o time subiu para a Série B do Brasileiro. No ano seguinte, alcançou o vice campeonato no Gauchão e subiu para a Série A. Em 96, foi novamente vice no estadual; em 97, terminou em quinto no Brasileiro; em 98, festejou o título do Gauchão; em 1999, foi campeão da Copa do Brasil e, no ano seguinte, estreou na Copa Libertadores da América. Mas também disse adeus aos parceiros da Parmalat.
Antes de chegar ao título de 98, o Juventude já mostrava potencial.
– A equipe de 1998 começou a ser montada em 1997, quando chegou em quinto lugar no Brasileiro e só não foi mais longe porque a CBF impediu que os jogos acontecessem no Jaconi e o Juventude teve que atuar no Olímpico – conta o capitão Flávio.
O comando do time foi de Lori Sandri. E o grande mérito do técnico foi manter unido e forte um grupo que tinha jovens e jogadores mais experientes. Em cima da base de 1997, Lori ganhou reforços como Sandro Sotilli (ex-Inter), Rodrigo Gral (ex-Grêmio) e Sandro Fonseca (ex-Portuguesa).
O Juventude conquistou o título de maneira invicta. Fez doze jogos com sete vitórias e cinco empates. Ingressou, com a dupla Gre-Nal, na segunda fase, que tinha quatro grupo de quatro times. Nas quartas de final eliminou o Glória e na semifinal cruzou com o Brasil-Pel, que havia despachado o Grêmio de Sebastião Lazaroni. Na decisão, pegou o Inter, que havia passado pelo São Luiz e pelo Veranópolis nas fases anteriores.
A decisão começou no Alfredo Jaconi, e o Juventude patrolou. Venceu de virada por 3 a 1 e praticamente decidiu o título no jogo de ida. Christian abriu o placar aos quatro minutos. Flávio empatou para o Juventude aos 18. No segundo tempo, o mesmo Flávio virou aos doze e Lauro ampliou aos 23 minutos.
No jogo de volta, o Juventude jogava pelo empate e o Inter precisa vencer para provocar uma terceira partida. Mesmo sendo um clube do interior e mais jovem que o adversário, o Ju não tremeu. Suportou a pressão, segurou o 0 a 0 e conquistou o inédito título de Campeão Gaúcho.
Campeão brasileiro pelo Flamengo e pelo São Paulo, o capitão Flávio coloca o título gaúcho de 1998 como uma conquista maior.
– Os dois títulos que conquistei pelo Juventude (Gauchão e Copa do Brasil) são os mais importantes da minha vida. Ganhar o campeonato gaúcho é muito mais difícil, ainda mais de forma invicta.
O time que conquistou o título no Beira-Rio teve Humberto, Borges Neto, Capone, Índio Edson; Marcão, Flávio, Lauro (Jardel) e Sandro Fonseca; Rodrigo Gral (Mabília) e Sandro Sottili.
*ZHEsportes