Vem de Cafezal do Sul, no interior do Paraná, o primeiro goleador do Gauchão 2016. Heliardo, que deveria ter sido registrado como Juliardo, tem 24 anos e marcou dois dos três gols do São José na goleada por 3 a 0 sobre o Passo Fundo. Na quarta-feira, no Passo D'Areia, Heliardo reencontrará o Inter, em jogo válido pela 2ª rodada do Gauchão e também pela Recopa Gaúcha.
O centroavante de 1m90cm de altura foi jogador do Inter B por sete meses na temporada 2011, depois que deixou o futsal paranaense e tentou a vida no campo. A seguir, os principais trechos da entrevista com o artilheiro da primeira rodada do Campeonato Gaúcho:
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O São José arrancou muito bem, goleando em Passo Fundo. Como foi o jogo?
Tivemos um excelente aproveitamento. Marcamos três gols em quatro conclusões. Deu tudo certo para nós.
Como você veio para o futebol gaúcho?
Jogava futsal no Umuarama. Em 2010, participei de uma peneira e fui aprovado para o Nacional, de São Leopoldo. Embarquei para o Rio de Grande do Sul. Depois, joguei a Copinha pelo Ivoti, quando enfrentei Inter e Grêmio. Ao final daquele ano, fui convidado a fazer testes no Inter B. Acabei sendo aprovado. Joguei com o técnico Osmar Loss, no time do Alisson (goleiro), do Fred (volante, hoje no Shakhtar), do João Paulo (cedido ao Santa Cruz-PE) e do Jô (ex-Cruzeiro), que agora joga comigo no São José. Acabei sendo dispensado depois de sete meses. Não tive muitas chances, apenas treinei contra o time de cima, contra o D'Alessandro. O time ainda era treinado pelo Falcão, mas talvez o momento não tenha sido o melhor também.
Você ainda sonha voltar ao Inter?
Meu sonho de criança sempre foi jogar em um clube grande: Inter, Grêmio, enfim, um time de ponta. Espero aparecer bem no Gauchão.
O jogo contra o Inter já pode ser a primeira chance.
Estou me preparando muito para esse jogo. E vale taça, né? Jogaremos em casa. Quero muito esse título. No ano passado, estive naquele Inter 4x4 São José, mas entrei no seguindo tempo e atuei por apenas 20 minutos. Naquela noite, tínhamos certeza que conseguiríamos encarar o Inter no Beira-Rio.
Heliardo não é exatamente um nome comum...
Ah, não é mesmo. Foi assim: o meu pai (Antônio) gostava de tomar um "mé". Ele chegou ao cartório para me registrar e esqueceu que o meu nome deveria ser Juliardo. Na hora, se confundiu e disse: "Heliardo". Ficou Heliardo. Fui muito zoado na infância por causa desse nome feio. Agora, já não me importo muito. Mas meus amigos me chamam de Liardo.
Quais são as suas características como atacante?
Comecei jogando pelos lados, mas, aos poucos, fui entrando mais na área. Agora, sou centroavantão mesmo. Vou bem na bola aérea, mas prefiro conclusões por baixo mesmo.
Você mora perto do Passo D'Areia?
Não. Moro dentro do passo D'Areia. Moro na concentração. Recebo o suficiente para me manter (pouco mais de R$ 4 mil) e para mandar uma ajuda pro pai (que é servente) e para a mãe (Sueli, merendeira de uma escola em Cafezal do Sul). Por enquanto, vou seguir morando na concentração.
O gramado sintético do Passo D'Areia é uma vantagem no Gauchão?
Com certeza. Estamos acostumados a treinar todos os dias nesse campo. Os demais times, não. Acho que será uma vantagem até mesmo diante do Inter.
Você pode ser o goleador do Gauchão ou ficará apenas como artilheiro das rodadas iniciais?
Posso, sim. E estou preparado para isso. Fui o goleador da Copinha e da Super Copa Gaúcha do ano passado (vencida pelo São José), com um total de 12 gols. Sonho ser o goleador do Gauchão e ajudar a levar o São José às finais.
*ZHESPORTES