Oito anos depois de deixar o Beira-Rio a caminho de uma experiência por Portugal, Bruno Grassi voltou ao estádio que o formou para o futebol. Uma atuação segura e destacada, com a camiseta do Cruzeiro-RS, não foi suficiente para colocar o seu time nas semifinais do Estadual. Mas selou um campeonato especial para o goleiro de 28 anos - na própria avaliação, o melhor Gauchão individualmente dos quatro que disputou na carreira.
Grassi chegou às categorias de base do Inter em 2000, com apenas 13 anos. Ficou por sete anos no clube. Entre os profissionais, entrou em campo apenas em amistosos _ e foi reserva nos cinco primeiros jogos do Gauchão de 2007. Em seguida, foi para o Marítimo, de Portugal. No país europeu, jogou também no Tourizense. A dupla cidadania italiana facilita a realização do sonho de Bruno no momento: ter uma nova oportunidade fora do Brasil.
- Meu sonho é crescer na carreira. Tenho esperança depois desse Gauchão. Acredito que isso é bem possível. Claro, vai depender da minha sequência - analisa.
Natural de Tubarão, em Santa Catarina, o goleiro vê na experiência na Europa um ponto determinante para o crescimento como profissional. O resultado são as atuações que o credenciaram como um dos melhores goleiros deste Gauchão - e deixaram nervosos os colorados que viram o seu time sofrer para passar pelo Cruzeiro, dono da modesta oitava melhor campanha na primeira fase.
- Nossa equipe foi muito bem. Não é fácil jogar contra o Internacional da maneira que jogamos. Tem equipes que vão só para se defender, nossa equipe jogou com a bola no chão, teve chances de gol.
Um dia depois da eliminação do Cruzeiro no Gauchão, Zero Hora conversou por telefone com Bruno Grassi. Apesar do contrato até o fim do ano com o clube da Região Metropolitana, o arqueiro pensa no futuro próximo - e já encaminha um destino diferente no segundo semestre.
Como foi este jogo contra o Inter?
Bruno Grassi - Nossa equipe foi muito bem. Não é fácil jogar contra o Internacional da maneira que jogamos. Tem equipes que vão só para se defender, nossa equipe jogou com a bola no chão, teve chances de gol. De modo geral, foi um grande jogo, apesar de não termos conseguido a classificação. Ficou essa imagem de uma equipe aguerrida, que buscou o resultado.
O que achaste da arbitragem, que acabou sendo polêmica pela marcação dos pênaltis?
Grassi - Não falo disso. A questão da arbitragem é muito delicada. Quem tem que comentar isso são os especialistas. Eu prefiro não falar.
Fizeste um grande campeonato. Talvez o melhor da tua carreira.
Grassi - Foi o quarto Gauchão da minha carreira. Foi o melhor, sim. Me cobro muito, mas acho que fui muito bem. Graças a Deus pude ajudar muito a equipe do Cruzeiro em alguns jogos.
Teu contrato com o Cruzeiro vai até quando?
Grassi - Até o final do ano. Ele foi feito para eu ter uma segurança maior, mas como o Cruzeiro não vai jogar no segundo semestre, estou no mercado. Tive algumas sondagens de alguns clubes, mas ainda não acertei nada. Meu empresário fez alguns contatos, mas não fechei com ninguém. Tem uns dois clubes de fora do Rio Grande do Sul, e um aqui do estado, mas foi apenas um contato inicial.
O que tu planejas para o futuro?
Grassi - Eu tenho dupla cidadania italiana. Meu sonho é crescer na carreira, tenho o objetivo de voltar a jogar fora do Brasil.
Como foi a tua experiência em Portugal?
Grassi - Me acrescentou bastante. Embora eu não tenha jogado muito no Marítimo, estava saindo da base do Inter e cresci muito, conheci muitas pessoas. Tive um contato com o Marcelo Boeck (também ex-goleiro do Inter). Foi uma experiência muito boa. Tu sais dos juniores do Inter e logo tem uma experiência fora, tu cresces como profissional e como pessoa.
Entre base e profissional, tens 15 anos de carreira. Ainda pensa em voltar a um grande clube?
Grassi - Claro. Tenho esperança. Depois desse Gauchão, acredito que isso se torna bem possível. Vai depender da minha sequência, não adianta fazer só um campeonato bom.
*ZHESPORTES