Dois dos principais jogadores do Fluminense, adversário do Inter nesta quarta-feira (4) pela Libertadores, tiveram uma trajetória de intimamente ligada ao futsal. Ainda na infância, ambos começaram a carreira pelas quadras para, depois, seguirem suas carreiras para os campos de futebol.
O lateral-esquerdo não teve uma passagem extensa pelo futsal. Entretanto, a entrada dele nas Laranjeiras representa o que o Fluminense considera um sucesso da integração entre as quadras e os gramados. Marcelo foi um dos primeiros atletas a participar do processo que insere garotos no futsal já com o objetivo de formá-los para o futebol.
A trajetória de Marcelo foi lembrada quando o jogador foi apresentado à torcida, em março deste ano, após retornar da Europa para atuar no Fluminense. Segundo publicação do site oficial do clube à época, Marcelo "foi responsável para que este processo se solidificasse na academia de desenvolvimento de jogadores, em Xerém".
Em 2002, o atleta deixou as quadras para trilhar um caminho vitorioso nos gramados. Nessa mudança, ele deixou de ser atacante e, então, transformou-se em lateral-esquerdo.
O filho de Marcelo, Liam Alves, segue os passos do pai e faz parte do sub-8 do Fluminense, que é feito no futsal. Em agosto deste ano, ele conquistou o primeiro título na categoria, a 1ª Taça Brasil. A partir do sub-9, os garotos da base começam a fazer a transição para o campo.
Paulo Henrique Ganso
Quem também tem o filho no futsal do Fluminense é Paulo Henrique Ganso. No início do ano, o camisa 10 participou do evento de abertura da temporada do futsal, e o Tricolor carioca fez questão de registrar a participação do filho Henrico no sub-9.
Em 2022, Ganso publicou texto no site The Players Tribune, intitulado "Recomeço", no qual repassa os altos e baixos na carreira. Ele cita a passagem pelo futsal da Tuna Luso, do Pará, na infância.
"Enfim, lá na Tuna a gente não tinha patrocínio, quem bancava o clube eram os próprios pais. Então, um dia a gente resolveu vender churrasquinho pra conseguir comprar bola, material. E quem tava lá na churrasqueira? Minha mãe. Ela e os pais de outros colegas de time assumiram o barulho", escreveu o jogador que, anos mais tarde, surgiu ao lado de Neymar como uma das promessas do Santos.
Ganso viveu dificuldades financeiras comuns até hoje para a maioria dos times brasileiros. O meia contou, na publicação, que a equipe vendia churrasquinho a 50 centavos para juntar dinheiro para as viagens. "Minha mãe passou a noite inteira na churrasqueira", lembrou.
Antes de se transferir para o Paysandu, Ganso atuou dos 9 aos 14 anos no Tuna Luso, onde conquistou vários títulos regionais.
Assim como Ganso, Alexsander participou das boas-vindas às crianças e famílias do futsal do Fluminense. O volante também é oriundo da base do Tricolor e pode ser titular contra o Inter no Beira-Rio.
Colorados
Do lado gaúcho da decisão, também há quem tenha passado pelas quadras, no entanto, com menor projeção se comparados a Marcelo ou Ganso, que se tornaram figuras nacionais (ou até internacionais) há vários anos. O jovem volante Johnny é um dos exemplos. Ele começou em uma escolinha de futsal em Criciúma, aos 7 anos e migrou para o campo aos 11.
Outro representante colorado é o atacante Pedro Henrique, que está na fase final da recuperação de uma fratura no antebraço esquerdo e pode ser reforço no banco de reservas do Inter. O atleta chegou a jogar futsal antes de ir para a base do tradicional Futebol Clube Santa Cruz, do município de Santa Cruz do Sul.