Nascido no Canadá e radicado na Espanha, o goleiro de Marrocos Yassine Bounou, 31 anos, tem sotaque e ídolos que vieram diretamente da Argentina. O cachorro de estimação dele se chama Ariel, primeiro nome do meia Ortega, camisa 10 da Albiceleste e do River Plate nos anos 1990. Era do clube de Buenos Aires a primeira camiseta de time que Bono ganhou do pai marroquino. O vínculo sentimental explica um pouco da "argentinização" do homem que menos sofreu gols na Copa do Mundo do Catar até a semifinal.
A outra explicação é a influência dos companheiros argentinos na sua carreira. Cercado por jogadores castelhanos nos times que já defendeu, foi com eles que aprendeu a falar o idioma espanhol com todo o sotaque platino que tem direito. Em entrevista ao argentino TyC Sports, Bono prometeu presentear Ortega com o uniforme usado na vitória de Marrocos sobre a Espanha, pelas oitavas de final.
— Vou mandar esse uniforme que usei no jogo para o Ariel (Ortega), que já me mandou um dele do River, do qual sou fã — disse o goleiro.
O marroquino explica que já recebeu presentes do time de Buenos Aires por meio de companheiros do Sevilla, da Espanha. Erik Lamela, Lucas Ocampos e Gonzalo Montiel foram alguns que já levaram mimos do River Plate.
Bono também já defendeu o Atlético de Madrid. O bom desempenho com o time marroquino se repete na liga espanhola. Ele ficou em oitavo colocado no ranking de melhores goleiros do ano, promovido pela Fifa, em 2021. Encara a França de Mbappé e Giroud, na quarta-feira (14), mirando uma final histórica contra a Argentina de Messi e Lautaro Martínez.
Nas quartas de final, Cristiano Ronaldo e companhia portuguesa não conseguiram superar suas defesas. Nem a badalada Espanha, com alguns companheiros seus de vestiário em Sevilla e os promissores talentos então comandados por Luis Enrique, nas oitavas. Em cinco jogos ele sofreu apenas um gol — marcado pelo próprio zagueiro Aguerd, contra — no duelo contra o Canadá, vencido por 2 a 1, ainda na fase de grupos.