Com a derrota para a Croácia, nos pênaltis, nas quartas de final da Copa do Mundo, teve fim o trabalho de Tite à frente da Seleção Brasileira. No comando da equipe brasileira, o técnico gaúcho foi responsável por uma supremacia sobre os rivais sul-americanos, especialmente nas Eliminatórias, além de ter conquistado a Copa América, em 2019.
Por outro lado, no entanto, não teve êxito missão de recolocar o Brasil novamente no topo do futebol mundial. Em 2018, o algoz foi a Bélgica, na mesma fase em que caiu para os croatas no Mundial do Catar.
De 2016 até aqui, foram 81 partidas disputadas, com 60 vitórias, 15 empates e apenas seis derrotas. O aproveitamento foi de 80%, mas qual a avaliação que fica do trabalho desenvolvido por Tite? Abaixo, GZH traz a opinião de três colunistas:
O ponto positivo foi que o método de trabalho dele elevou a régua dos técnicos da Seleção. Ao contrário de outros treinadores que não ganharam a Copa, ele deixa um legado. Ele deixa jogadores que vão chegar para o próximo ciclo com rodagem. Tem o Martinelli, que foi uma aposta dele. Tem o Raphinha, o Vinícius Júnior e o Paquetá. Tem uma geração que fica para o próximo Mundial, inclusive o Neymar, que se quiser poderá ter mais um ciclo.
O ponto negativo foi que durante a Copa ele não conseguiu ter a lucidez de sempre. Ele adotou sempre o mesmo modelo, com dois ponteiros e um centroavante. Com o Neymar por trás e um volante apoiador. Ele não abriu mão disso em nenhum momento, mesmo quando poderia tirar um atacante e colocar o Bruno Guimarães para ter mais sustentação. Ele tentou impor a ideia em todos os jogos. Na Copa passada, ele não trocou jogadores que não estavam dando certo. Nessa ele corrigiu esse erro, mas o modelo ele levou até o final. Foi um trabalho bom, muito longe de ser ruim. Ele deixa jogadores para o próximo ciclo, mas na hora da Copa ele não conseguiu ser o Tite que nós conhecemos, que toma as decisões certas nas horas certas.
O trabalho foi bom. Esse ciclo foi bom. Não teve resultado, mas o resultado pode vir com uma construção. A Seleção construiu para isso, mas o resultado pode escapar, como escapou faltando três minutos. O trabalho com um todo foi de renovação. Ele fez com que nomes como Antony, Raphinha, Rodrygo, Vinícius Júnior, Martinelli, Richarlison, Paquetá, Bruno Guimarães e Militão fiquem para o próximo técnico. Eles estarão mais maduros no próximo ciclo.
Talvez tenha faltado para o Tite ser um cara mais pragmático. Ele tinha uma ideia de jogo, mas no intervalo da prorrogação ele poderia ter fechado um pouco mais. Mas também existe um pouco de culpa dos jogadores. Se olharmos todo o trabalho, o Tite renovou o Brasil. Foram muito estreantes. É um trabalho que deixa um legado. O Brasil jogou com jogam as melhores seleções da Europa. Ele implantou um modelo de jogo muito atualizado. É isso que fica. Essa renovação e uma forma de trabalhar com uma conexão com todos os setores (preparadores físicos, médicos e comissões técnicas) dos clubes de ponta da Europa.
Tite teve um trabalho regular na Seleção. Não posso chamar de bom. Os resultados iguais e frustrantes em duas Copas desautorizam. Nem de ruim, já que houve boas ideias e ótimas revelaçôes. A dor ensina, por mais bordão que pareça, e grande parte das promessas de 2022 estará mais madura para equilibrar melhor suas emoções na hora grande.
Tite ficou abaixo da expectativa que criou para si mesmo, ainda que continue sendo o melhor treinador do país. Se voltar a Seleção para 2030, será um treinador melhor. Cometeu erros pontuais importantes no enfrentamento com a Croácia. Vai trabalhar no Exterior, subirá a régua. Trabalhou com seriedade e, combinemos, seu time foi adiante, por exemplo, de Bélgica, Espanha e Alemanha.