O arco-íris segue proibido no Catar, descobriu um torcedor dos Estados Unidos após tentar assistir à partida de seu país contra o Irã, realizada nesta terça (29), com uma braçadeira com as sete cores, vistas ao redor do mundo como símbolo de apoio à comunidade LGBTQIA+.
Fotos mostram o torcedor, não identificado, sendo escoltado para fora do estádio Al Thumama, em Doha, palco da partida entre as duas seleções do Grupo B da Copa do Mundo. Ele usava uma segunda braçadeira com as cores dos EUA e uma camisa do país.
Casos similares já foram registrados no Catar, onde ter relações homoafetivas é um crime. Em uma das situações que mais chamaram atenção no Brasil, o jornalista Victor Pereira foi ameaçado em frente a um estádio, por um policial, pela bandeira do Estado de Pernambuco, que conta com um arco-íris e foi confundida com símbolo de apoio aos LGBTQIA+.
Além disso, antes de a Copa do Mundo ter início, capitães de pelo menos sete seleções europeias haviam se comprometido a usar uma braçadeira em campo em apoio aos grupos discriminados no Catar, com a inscrição "One Love" ("Um Amor"). A Fifa, no entanto, foi contra a ação e ameaçou dar cartões amarelos para qualquer jogador que decidisse seguir com o protesto, além de multá-los.
A decisão dos organizadores foi criticada por ativistas, que questionaram os compromissos firmados pela Fifa em promover um evento inclusivo. O braço australiano da Anistia Internacional, por exemplo, declarou que "ameaças de última hora contra jogadores que usarem mensagens de apoio aos direitos humanos e à igualdade é o exemplo mais recente do fracasso da Fifa em defender plenamente seus próprios valores e responsabilidades".
Já a Associação Internacional de Gays e Lésbicas (Ilga) publicou uma carta aberta ao presidente da Fifa, Gianni Infantino, em que acusou o evento de não respeitar a liberdade de expressão ao proibir os jogadores de se manifestarem contra a discriminação.
"Apesar das muitas reuniões que a Fifa realizou ao longo dos anos com organizações de direitos humanos e dos compromissos assumidos, o que está acontecendo é extremamente preocupante e deve ser tratado com a máxima urgência", diz o manifesto.