A Seleção Brasileira rejuvenesceu: o grupo de jogadores que vai ao Catar em 2022 é mais jovem do que aquele que defendeu a amarelinha em 2018, na Copa da Rússia. Agora com 26 jogadores, a média de idade da atual equipe de Tite é de 27,8. Em 2018, quando a convocação contava com três atletas a menos, a média era de 28,2.
A lista de jogadores convocados para esta Copa, divulgada na tarde de segunda-feira (7), conta com nove atletas acima dos 30 anos, entre os 26 que estão escalados para viajar ao Catar. Já na escalação para a Rússia, que tinha somente 23 atletas relacionados, eram 10 os trintões da equipe.
O setor "mais jovem" da Seleção atual é o ataque, como já é costumeiro. Com oito nomes da nova geração escalados para a posição, a média de idade dos atacantes ficou em 24 anos — dois a menos que em 2018.
O mais velho dos atacantes é Neymar, de 30 anos. Depois vêm Gabriel Jesus, Pedro, Raphinha e Richarlison, todos com 25 anos. Abaixo estão Antony e Vinícius Júnior, com 22 anos, e Gabriel Martinelli e Rodrigo, que têm 21. Os dois jogadores, além de serem os caçulas do ataque, são também os mais jovens entre os 26 convocados.
Já o título de setor "mais velho" da Seleção de 2022 ficou com a lateral, que na formação atual soma 32,5 anos. Em 2018, a média era de 29 anos. O crescimento foi puxado pela convocação de Daniel Alves, de 39 anos — entre os outros convocados para os lados, Danilo e Alex Sandro têm 31 anos, enquanto Alex Telles tem 29. A idade mais avançada de Dani, aliás, foi uma das razões para as críticas sobre escalação dele para a Copa de 2022.
No pódio dos veteranos, o segundo lugar é ocupado por Thiago Silva, de 38 anos. Mas, apesar da presença do zagueiro na lista de convocados, o setor defensivo do Brasil foi mais um que rejuvenesceu em relação a 2018. Com Éder Militão (24 anos), Marquinhos (28) e Bremer (25), a média de idade da atual zaga brasileira ficou em 28,7. Na Rússia, quando jogaram Thiago Silva, ainda com 34 anos, Geromel, à época com 32, Marquinhos, que estava com 24, e Miranda, com 34, a média era de 31 anos.
Setor onde tanto a velocidade quanto a maturidade são qualidades importantes, o meio de campo manteve-se semelhante ao de 2018. A armação atual tem média de 28,3 anos de idade, com Bruno Guimarães (24), Casemiro (30), Fabinho (29), Fred (29), Lucas Paquetá (25) e Éverton Ribeiro (33) escalados. Na Rússia, a média era de 28,4.
O meio-campo tinha, naquela época, um Fred de 25 anos, Casemiro e Coutinho na casa dos 26, Paulinho e Renato Augusto com 30 e Fernandinho assumindo o posto de veterano, com 33. Ou seja: em termos de equilíbrio entre jogadores na faixa dos 20 e dos 30 anos, também mudou pouca coisa.
O que mais envelheceu em relação a 2018 foi o grupo de goleiros. É natural, pois Alisson, que disputou a Copa da Rússia com 25 anos, agora tem 30. Já Ederson, que viajou ao país europeu aos 24, agora vai ao Catar com 29. O trio atual é completado por Weverton, de 34 anos — em 2018, o terceiro goleiro era Cássio, à época com 31 anos. Com o envelhecimento natural de Alisson e Ederson e a chegada de Weverton, que é o terceiro jogador mais velho da Seleção atual, a média de idade do gol brasileiro passou de 28 para 31 anos.
Mas, no geral, o quadro é de rejuvenescimento do elenco brasileiro. A mudança é vista como positiva por Leonardo Oliveira, colunista de GZH.
— Tite fez uma renovação em tempo recorde. Vale lembrar que, em 2019, o grupo foi basicamente o mesmo da Copa. Veio a pandemia, que parou quase todo o calendário de 2020 e, a partir de 2021, surgiu esta nova Seleção. Muito potencializada pelos guris olímpicos e pela ascensão de nomes como Rodrygo, Vini Jr. e Raphinha. Trata-se de uma Seleção com alta quilometragem do meio para trás e gurizada zunindo do meio para frente — pontua o jornalista, destacando os nomes da nova geração.
Vale lembrar também que a França que saiu campeã da Copa da Rússia tinha uma seleção com média de 25,4 anos, com direito a um grande número de atletas na casa dos 22, além de um Mbappé de apenas 19 anos. A média atual da Seleção Brasileira ainda está longe de alcançar a da jovial equipe francesa que fez bonito em 2018, mas o rejuvenescimento pode sim fazer diferença para o Brasil, sobretudo em potência e velocidade de jogo. Ao mesmo tempo, a equipe de Tite traz nomes experientes em alguns setores estratégicos, equilibrando a conta final e colocando o Brasil entre os favoritos para levantar a taça.