A Mastercard desistiu de expor a sua marca durante a Copa América no Brasil, que começa no domingo. Em meio à pandemia e com o aumento das críticas à realização do torneio no país, a empresa decidiu não mais exibir a sua marca nas placas de publicidade à beira dos gramados, nas entrevistas de jogadores e integrantes das comissões técnicas e também em outras ações de marketing.
"Após análise criteriosa, decidimos por não ativar nosso patrocínio à Copa América no Brasil", diz nota da Mastercard enviada ao Estadão.
Inicialmente, o torneio continental seria realizado na Colômbia, que desistiu por problemas políticos internos, e na Argentina, que declinou em função do agravamento da pandemia de covid-19. O Brasil, então, decidiu receber a competição na semana passada.
A decisão da Mastercard ocorre depois que a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) encaminhou na segunda-feira ofício para que a CBF, Estados e municípios sedes de jogos da Copa América sejam investigados por eventuais "atos violadores dos direitos à vida e à saúde". Também serão alvos do Ministério Público Federal o SBT e a Disney, responsáveis pela transmissão dos jogos, além das patrocinadoras. Foram citadas Mastercard, Ambev, Latam, Semp TCL, Diageo, Kwai, Betsson e TeamViewer21 e Betfair22.
Os procuradores alegam que a realização da Copa América no Brasil não tem garantias de que não haverá alta transmissibilidade e também que o evento colocará em risco a saúde dos funcionários ligados à competição, como jogadores, comissão técnica, jornalistas, seguranças e serviços auxiliares.
A Copa América tem início agendado para domingo. Em Brasília, no estádio Mané Garrincha, às 18h, a Seleção Brasileira enfrenta a Venezuela, pelo Grupo B. No mesmo dia, às 21h, Colômbia e Equador duelarão na Arena Pantanal, em Cuiabá. Em 14 de junho, será a vez da Argentina começar sua jornada na competição, enfrentando o Chile, no Engenhão, às 18h. Mais tarde, às 21h, Paraguai e Bolívia jogam em Goiânia. A final do torneio está marcada para 10 de julho, no Maracanã.