Se a primeira fase e as oitavas de final da Copa na Rússia ficaram marcadas pelos resultados impensáveis, nas quartas de final da competição não vão faltar duelos com potencial para imprevistos ainda maiores. Enquanto os jogos de sexta-feira (6) são imperdíveis pela qualidade das equipes, os confrontos do sábado (7) chamam atenção pelo campo aberto para novas surpresas no torneio.
No sábado, será a vez de Suécia e Inglaterra, em Samara (11h), e Rússia contra Croácia, em Sochi (15h). Os Três Leões de Gareth Southgate tentarão, mais uma vez, emplacar vitória convincente, que não apareceu na chorada classificação em jogo duro contra a Colômbia nas oitavas.
Os ingleses sofreram para suportar o jogo duro, com forte exigência de preparo físico (foram seis cartões amarelos para os colombianos).
Após o empate em 1 a 1 durante tempo normal e prorrogação, também mostraram firmeza para não afundar mentalmente no confronto de pênaltis, que venceram por 4 a 3.
– Sabíamos o que tínhamos que fazer, continuamos calmos, não entramos em pânico – disse Eric Dier, autor da cobrança vitoriosa.
A Inglaterra esperou 12 anos para chegar às quartas de final de um Mundial. E esta é a primeira vez que sobrevive a uma disputa de pênaltis em uma Copa do Mundo depois dos fracassos de 1990, 1998 e 2006.
Para não depender de que o raio caia duas vezes no mesmo lugar, a meta é alcançar melhor desempenho e garantir a supremacia no período regular de jogo.
BRIGA PARA CONTINUAR CONTRARIANDO A LÓGICA
Um reforço para a equipe de Southgate será o retorno do meia – e pai babão – Fabian Delph. O jogador do Manchester City havia deixado a concentração inglesa na Copa, um dia após a derrota para a Bélgica, pela terceira rodada da fase de grupos, para assistir ao nascimento de sua terceira filha. Nos seis dias de viagem, Delph foi desfalque nos treinos e na decisão das oitavas de final contra a Colômbia. "Vivi as 24 horas mais incríveis da minha vida", escreveu no Instagram Delph, que teve apoio total do treinador e dos colegas e promete voltar com tudo para recompensar.
Mas, no que depender da Suécia, não será dessa vez que o meia poderá dedicar uma vitória à mais nova herdeira. Os suecos, que não alcançavam as quartas de uma Copa do Mundo desde 1994, terminaram a primeira fase no primeiro do lugar do grupo que tinha, além do México, a atual campeã Alemanha. Na oitavas, fizeram um jogo trucado e feio contra a Suíça, mas venceram por 1 a 0 mantendo a objetividade capaz de surpreender os ingleses, que tendem a partir para cima e abrir espaço para o contra-ataque.
– Todos duvidam deles, pensam que são medíocres. Mas são poderosos, homogêneos – alertou Vladimir Petkovic, técnico da eliminada Suíça.
No outro jogo do sábado, a Croácia, que impressionou na primeira fase ao humilhar a Argentina por 3 a 0, quer se consolidar na lista dos favoritos. Jogo todas as fichas em suas duas pérolas, Luka Modric e Ivan Rakitic, para cortar a esperança dos donos da casa. Os russos, que não apostavam um rublo sequer na seleção nacional, 70ª no ranking da Fifa, já encontraram dois heróis: o goleiro Igor Akinfeev, brilhante na disputa de pênaltis que eliminou a Espanha nas oitavas, e o técnico Stanislav Cherchesov.
O país anfitrião se pergunta se o controverso bigodudo conseguirá dois feitos: chegar às semifinais e levar para o estádio de Sochi o presidente Vladimir Putin, o último homem do país que parece não ter interesse pela Copa.