Cerca de 300 torcedores brasileiros estão se tornando conhecidos na Rússia por organizarem, nesta Copa do Mundo, uma grande festa tupiniquim com bateria, músicas, coreografias, bandeiras, banners e muito apoio para a Seleção Brasileira.
Eles são do Movimento Verde e Amarelo (mesmo nome do movimento literário modernista dos anos 20). A turma está marcando presença em todos os jogos do Brasil e, sempre que possível, recepcionando a delegação quando ela desembarca nas cidades-sedes, como foi o caso em São Petersburgo, que será o palco de Brasil x Costa Rica, nesta sexta-feira (22), às 9h.
Na noite de quarta-feira, (20) cerca de 150 deles foram até a porta do hotel dos craques canarinhos e fizeram uma grande farra, que repercutiu nas redes sociais.
E na manhã desta quinta-feira (21), parte do grupo foi conhecer o entorno do estádio de São Petersburgo, todos vestidos a rigor, com os bandeirões e aproveitando para fazer a festa dos muitos russos que aproveitam a região ao redor do estádio (uma imensa área verde com um enorme parque de diversões ao lado).
— Foi uma homenagem legal, para motivar ainda mais os jogadores – disse o paulista Luiz Carvalho, o criador do movimento, que começou em 2008.
Segundo Fernando Pontes, um dos líderes, a ideia da criação do Verde e Amarelo, que não tem fins lucrativos ou políticos, era criar algo para acabar com a mesmice que imperava com os torcedores brasileiros que acompanham as Copas do Mundo.
— A gente queria criar algo diferente. Afinal, a nossa torcida não tinha o calor das arquibancadas no Brasil, repetia as mesmas músicas. Então, surgiu a ideia deste movimento, que queria mudar este panorama, mas sempre resgatando a história vencedora da nossa Seleção — disse Fernando Pontes, um dos líderes e que também é um dos ritmistas.
Esse resgate é visto nas muitas bandeiras individuais com o rosto de grandes craques que brilharam em Copas, como Pelé, Garrincha, Bebeto, Romário, Ronaldo, vários campeões do Mundo (como Vampeta), além da bandeira do movimento (a maior).
— Cada integrante leva uma das bandeiras para o estádio, dá um colorido especial. E aqui na Rússia o grupo cresceu muito. Somos uns 300. Como tentamos deixar de lado o clubismo, todos estamos por um ideal, a Seleção e o seu sucesso — disse Fernando, mostrando também que todos usam camisas em alusão às conquistas da Seleção.
Outra peculiaridade é que o grupo busca criar novas músicas para serem cantadas nos jogos. E o curioso: a canção só acaba pegando no mundial seguinte.
— Em 2010, criamos o Mil Gols e isso é verdade, está registrado na Biblioteca Nacional. Mas ela só foi fazer sucesso em 2014. Para a Copa que foi no Brasil, tínhamos criado o Pelé, Garrincha e ela só veio estourar agora na Rússia, está todo mundo cantando — disse Luiz, que além de fundador é também o compositor do movimento.
A música é assim:
É provável que a música criada para 2018 então vá ser cantada durante a Copa do Qatar?
— Tá parecendo. E como o nosso movimento só cresce, creio que daqui para a frente estaremos mesmo em todas as Copas — finalizou Luiz Carvalho, que aproveitou para dar um aperitivo da música que ele criou e que deve pegar em 2022.
Ela é no ritmo da Canção da Vitória, aquela que ficou famosa nas manhãs de domingo quando Ayrton Senna ganhava as corridas de F1. "Vavá, Amarildo e Mané/ Ronaldo, Rivaldo e Pelé/Romário ôo/ Feola, Zagallo e Aymoré/ Parreira e Felipão, Vai Seleção".
Pelo social
Além de marcar presença em Copas do Mundo, o movimento também tem um braço social em Guaratinguetá.
— Com o apoio da Fundação Embraer nós temos um projeto que ajuda cerca de 400 crianças carentes em São Paulo.