O governo federal oficializou, nesta segunda-feira, a retirada de todas as obras de mobilidade urbana de Porto Alegre da lista de projetos para a Copa do Mundo. Com a nova revisão da Matriz de Responsabilidades, documento que reúne todas as obras do Mundial no país, 14 construções em todo o Brasil foram retiradas - a capital gaúcha é a cidade-sede com mais projetos remanejados, todos os 10 previstos em 2010.
- Na prática, essa publicação confirma um pedido da prefeitura. As obras estão garantidas, com as mesmas taxas de juros, mas com a possibilidade de serem concluídas após a Copa do Mundo -afirmou o secretário municipal e Gestão, Urbano Schmitt.
A decisão havia sido tomada pela prefeitura em julho, e ocorreu por conta do atraso nos cronogramas. Dos 10 projetos, apenas dois ainda têm previsão de serem concluídos antes do Mundial: a duplicação da Avenida Edvaldo Pereira Paiva (que inclui um viaduto na Pinheiro Borda e um corredor de ônibus na Padre Cacique) e o viaduto da Júlio de Castilhos junto à Rodoviária. A administração municipal também acredita na possibilidade de que o viaduto da Avenida Bento Gonçalves fique pronto até a competição.
A medida não significa interrupção em qualquer uma das obras. O acordo entre prefeitura e União é transferir os projetos para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Se os projetos não fossem retirados da Matriz de Responsabilidades da Copa, os recursos para as obras seriam perdidos, já que os contratos de financiamento têm, como regra para o repasse de verbas, o cumprimento dos prazos.
- Não temos ainda todo o novo cronograma de todas as obras completo. Estávamos aguardando a publicação para definição. Não posso dar prazos hoje, pois estamos dentro de uma cidade viva - resumiu o secretário Schmitt, sem estimar uma nova data para conclusão dos projetos.
Apenas duas obras permaneceram na Matriz: cerca de R$ 15 milhões federais a serem aplicados na pavimentação do entorno do Beira-Rio e na construção das três ruas que ligam a Padre Cacique à Avenida Edvaldo Pereira Paiva.
Zero Hora seguirá acompanhando, mensalmente, o andamento das obras na ferramenta Copômetro, por entender que os projetos, apesar de retirados da Matriz por atraso, foram viabilizados por conta do Mundial.