Na partida deste sábado, a arquibancada foi a principal personagem do empate do Botafogo em 2 a 2 com o Cruzeiro. Com o resultado, o time carioca terminou na 10ª colocação no Campeonato Brasileiro e com o fim da esperança de a equipe voltar à Copa Libertadores em 2018.
A torcida foi o personagem mais interessante talvez por terem percebido a importância da partida, e os tantos desfalques de um time que já não vivia boa fase. Os jogadores precisavam de apoio.
A necessidade de vencer contrastava com a qualidade apresentada. Como habitual, o Glorioso tinha dificuldade. Brenner deu um chute para fora, aos 12 minutos, mas só depois que Romero assustou com finalização por cima de Gatito Fernández.
Porém, Norte, Leste e Oeste do estádio apoiavam quase que ininterruptamente. Pareciam até com medo quando, por exemplo, Thiago Neves foi cobrar escanteio. Fez-se silêncio. E o cruzamento não teve sucesso.
Aos 21, os presentes viram o passe de Guilherme e o chute fraquinho de Brenner. Quatro minutos depois, o mesmo centroavante aproveitou cruzamento com açúcar chileno de Valencia e abriu o placar.
Haveria de ter emoção. Quando já havia quem olhasse outros resultados, pensando na fase de grupos da Taça Libertadores, o baque. Romero ganhou dividida de Victor Luís e encontrou Arrascaeta. De bicicleta, o chute virou passe e Thiago Neves completou para o gol vazio. Ouviram-se lamentos, mas logo o apoio retornou aos atletas.
Até os cinco minutos, quando, numa trapalhada gigantesca da defesa alvinegra, Arrascaeta não teve dificuldade para virar o placar. E a torcida bradou: "Queremos raça!" Mesma torcida que, logo depois, aplaudiu apoiou a entrada do jovem Ezequiel, ao mesmo tempo em que vaiou Rodrigo Lindoso, que falhou no segundo gol mineiro.
A impaciência apareceu aos 12. Dois minutos depois, os torcedores exclamaram: "Vamos virar, Fogo!" Era a gasolina necessária: em dois minutos, Dudu Cearense, de cabeça, fez Rafael trabalhar e o goleiro da Raposa agradeceu ao travessão por ter evitado o gol de Brenner.
A pressão surtiu efeito. Ezequiel, 19 anos e segunda partida como profissional. E a frieza para receber na área, driblar e empatar.
A torcida, tentou não esmorecer, mas mesmo a expulsão de Rafinha não mudou a igualdade. Ao fim da partida, vaias se misturaram a aplausos.