O vice-presidente de Administração do Inter, Alexandre Limeira, é um entusiasta de Gre-Nais com torcida mista. É apoiado pelo Grêmio, pelo MP, pela BM e pelos torcedores.
O movimento penetrou tão fundo na cultura do futebol gaúcho que não é mais discutido em reuniões que antecedem os clássicos. Acompanhe a conversa com Limeira:
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Não há pressão das autoridades para que o Gre-Nal seja disputado com uma cor só ocupando as cadeiras da Arena ou do Beira-Rio?
Posso afirmar que não. Todas as partes envolvidas na partida concordam que a torcida mista é uma conquista. O torcedor concorda. Ele vê no estádio o que enxerga fora dele todos os dias. As duas cores estão presentes nas casas das famílias gaúchas, nos bares, nos parques e nas peladas entre amigos. Os torcedores não são inimigos. São apenas rivais no futebol. Só, nada mais.
Possíveis conflitos não preocupam?
Brigas? Só com as torcidas organizadas, que às vezes brigam entre elas mesmas. Gente que infelizmente traz para o estádio o vandalismo das ruas. A torcida mista é exemplo de tolerância.
O futebol paulista seguiu outro caminho. Você concorda?
O Gre-Nal dá exemplo de convivência em um momento em que São Paulo, casa de grandes clubes, decretou que clássico deve ter fãs de apenas um lado. Nós não entendemos assim. No domingo, no Beira-Rio, abrigaremos 2 mil torcedores entre azuis e vermelhos. Será uma imagem especial, que certamente pautará dezenas de programas esportivos. A era da torcida mista começou em março do ano passado, no Gauchão. Vamos continuar por muitos e muitos anos.
O que você mais gosta na torcida mista?
É o exemplo que o torcedor colorado ou gremista oferece ao filho, ao parente, a outra pessoa qualquer. Que o futebol é um jogo de paz.
*ZHESPORTES