Com a alta do dólar, os dirigentes de futebol brasileiros começaram a esbarrar nos salários da Europa. Antes, era mais fácil igualar valores de clubes médios. Agora, até estes ficaram menos cogitáveis. Entretanto, ainda há a América do Sul, onde, historicamente, os cartolas deixam de aproveitar bons jogadores.
No ano passado, vimos nomes como o do gaúcho de Muçum Felipe Gedoz ir para a Bélgica por 1,5 milhão de euros. O fim do ano está chegando e não faltam nomes que poderiam pintar no Brasil por um preço justo. No mesmo preço de Gedoz, podemos achar uma série de boas contratações na América do Sul.
Há anos vemos apostas pouco badaladas dar o que falar no Brasileirão e, mesmo assim, os dirigentes não se convencem. Conca veio do Rosario Central e foi de desconhecido a melhor jogador do campeonato. Montillo,
ex-Universidad do Chile, trilhou o mesmo caminho. Atletas relativamente novos, sem passagem pela Europa, o que os tornou baratos e um ótimo investimento.
Lucas Pratto estava dando sopa no Vélez há horas. Os anos se passaram e nenhum clube investiu nele. O Atlético-MG o fez e colhe frutos. Ou melhor, gols.
Quando o Corinthians trouxe Guerrero do Hamburgo, poucos apostariam num atacante peruano. O Timão pagou menos de 2 milhões de euros e viu o centroavante virar estrela, triplicar de valor, conquistar a Libertadores e o Mundial.
Harold Preciado joga no Deportivo Cali. Alto, esguio e veloz. Tem 21 anos. Bruno Vides tem 22 anos e marcou os mesmos 12 gols no Universidad Catolica, no Equador. Os dois são vice-artilheiros em seus países e custam pouquíssimo. Mas são apostas, é claro.
Outro exemplo: o Equador. A seleção lidera a tabela das Eliminatórias com quatro vitórias em quatro jogos (com direito à vitória contra a Argentina em Buenos Aires) e possui um dos elencos mais baratos da América do Sul. Apenas três dos últimos convocados custam mais de 3 milhões de euros. Será que não há bons investimentos nos comandados de Gustavo Quintero? Miller Bolaños segue no Emelec...
O mercado sul-americano é frutífero. Precisamos parar de apostar sempre nos mesmos. Hoje em dia, há softwares para acompanhar jogadores do mundo inteiro, sem falar nos mais diversos canais transmitindo partidas de todo o planeta. Dinheiro, nós sabemos que falta. Não pode faltar é criatividade.