Neste domingo, às 18h30min, Grêmio e Inter se enfrentam na Arena. O 407º clássico caiu justamente na comemoração do Dia dos Pais. E por isso, Zero Hora foi ouvir quem criou os candidatos a protagonistas da partida.
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No lado azul, a confissão de Edison para o filho Giuliano. A confiança de Sérgio no capitão Maicon. Seu Jessé, o guardião de Pedro Rocha, e a corajosa aposta de Antônio no estreante Bobô. Nova esperança de gols do Grêmio, o centroavante nasceu Deyvison por vontade do pai. Mas foi "rebatizado" pelo padrasto Antônio. É dele que nasceu o apelido, inspirado pela qualidade do ex-atacante do Bahia:
Posicionamento e agilidade: as qualidades de Alisson para o Gre-Nal 407
_ Aposto tudo o que o cabra quiser, coloco minha casa que ele vai fazer gols pelo Grêmio.
Do lado do Inter, a alegria do seu José, um goleiro arrojado de 1m80cm e que insistiu para que os filhos Alisson e Muriel enfrentassem todos os desafios com seriedade. Réver também chega ao clássico graças à insistência do pai, Dema, que deu forças ao filho que pensou em largar o futebol aos 19 anos.
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Há ainda Rodrigo Dourado, orgulho de Bill. E o pedido para Eduardo Sasha, apelido herdado em função do irmão, o Xuxa, que não pôde dar sequência ao sonho de ser jogador porque sofreu fratura que interrompeu a carreira de atleta na base do Grêmio. Agora, Sasha vive uma certeza: tem de lutar por dois sempre que entrar em campo.
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_ O que um não pode, o outro vivencia e dá força ao irmão _ diz o pai José.
Jessé, pai de Pedro Rocha
"Muita raça, tranquilidade na finalização e o resto é manter o que você está fazendo. O potencial você já tem. Tranquilidade, determinação e fé em Deus. Essa é a receita".
Quando criança, Pedro Rocha não se importava com a vantagem de idade e tamanho nos jogos com a turma do irmão mais velho. Partia para cima sem medo. Distribuía dribles e jogadas de efeito, irritando os adversários. Quando a coisa ficava feia, Patrick, irmão mais velho, corria para proteger o caçula. Cansado de viver o papel de guarda-costas, chegou a pedir para o pai não deixar que Pedro fosse junto. Seu Jessé não ouviu, e o mano mais novo cresceu e se transformou em uma das armas do técnico Roger Machado para o Gre-Nal 407.
Depois de uma passagem pelos campos de São Paulo, onde atuou no Juventus e no Diadema, Pedro Rocha precisou abrir mão de uma das suas paixões. Trocou as paisagens das praias de Vitória por Porto Alegre. Tudo para realizar o sonho: dar uma vida melhor para a família com o futebol.
Sérgio, pai de Maicon
"Jogue o que você sabe. Não tente fazer demais ou de menos. Se mantenha humilde, respeite quem estiver na sua frente e dê tudo o que você tem de melhor".
Maicon foi criado para liderar. Sérgio sempre cobrou do filho que fosse assim. Nada de atalhos ou facilidades. Na casa da família em Bangu, a ordem é para se fazer o certo, que o respeito é um bem que se conquista com ações. Nada de promessas.
Mesmo com a preferência pela bola, Maicon não tinha moleza. Na casa do seu Sérgio, os livros e cadernos da escola sempre foram a prioridade. Depois da lição, e de manter boas notas e bom comportamento, é que se podia ir para a rua brincar.
Neste domingo, a família irá se reunir. Novamente na Rua Agrícola, esperam ver Maicon honrar as lições da infância dentro de campo.
Edison, pai de Giuliano
"Filho, você não precisa dos meus conselhos. Eu que preciso me aconselhar contigo. Você é um piá humilde Não mude nunca, você é fora de série".
Para Edson, a semana Gre-Nal teve um mistério a menos. O pai de Giuliano tinha certeza de que o filho estaria em campo, mesmo lendo as notícias da lesão muscular a oito dias antes do clássico. Acostumado a ver o filho driblar as dificuldades da vida com a mesma facilidade que o camisa 8 do time de Roger Machado passa pelos marcadores, Edson sabia que mesmo sem as melhores condições, Giuliano faria de tudo para estar em campo.
Desde criança, Giuliano se porta como adulto. É o segundo de uma sequência de oito irmãos. Com o sucesso no futebol, conseguiu ajudar a todos.
Antônio, padrasto de Bobô
"Você vai fazer gol. Só precisa ter calma. É um bom filho, um homem valente e que eu sei que gosta de jogo encardido. Fique calmo dentro da área."
Nova esperança de gols do Grêmio, Bobô nasceu Deyvison por vontade do pai. Mas foi "rebatizado" pelo padrasto Antônio. É dele que surgiu o apelido, inspirado pela qualidade do ex-atacante do Bahia. Entre as viagens da vida de motorista, seu Antônio fazia de tudo para passar o máximo de tempo possível com o filho de coração, um menino agitado e que gostava de jogar futebol e de desenhar.
Quando criança, antes de se tornar a atual fortaleza de músculos, mostrava habilidade de ponta nos campinhos de Tibiri-PB. Só depois da ida para o Corinthians, onde passou a ser centroavante e trocou os dribles pelos gols. Depois de nove anos na Turquia, Bobô está de volta ao Brasil. Será a chance de jogar novamente perto dos pais. E de cumprir um corajoso desafio do pai:
_ Aposto tudo o que o cabra quiser, coloco minha casa que ele vai fazer gols pelo Grêmio.
Bill, pai de Dourado
"Filho, honre a camisa que você veste. Se estiver mal tecnicamente, nunca desista e pare de lutar. Respeite seu adversário e busque a vitória".
Discretamente, Rodrigo Dourado aproveitou suas chances no Inter. Entrou como promessa no time que Diego Aguirre preparou no Gauchão. Se consolidou na Libertadores e se tornou um dos pilares da equipe. Nada que surpreenda Claudiomiro, o Bill, também conhecido como o pai de Dourado:
_ Sempre foi quieto, falava pouco, e era muito observador. Aprendia muito rápido na escola, absorvia muito. É o jeito dele _ garante Bill.
Crescendo quase à sombra do estádio do Brasil de Pelotas, a família Dourado se acostumou desde cedo com o futebol na rotina. O pai levava os filhos Diego e Rodrigo para as peladas de final de semana. Volante regular, Bill vê no futebol do filho outras influências:
_ Ele sempre gostou muito do Zidane, um estilo mais clássico.
José, pai de Alisson e Muriel
"Tanto para o Alisson quanto para o Muriel, continuem fazendo o bom trabalho. Se possível, sempre melhorando. Mantenham o que estão fazendo de melhor "
Na casa dos Becker, futebol se joga de luvas. Do pai José até o caçula Alisson, o foco é o mesmo: não sofrer gols. Seu Zé é um homem de poucas palavras. Com 1m80cm, se define como um goleiro "arrojado". Superava as dificuldades de altura na várzea com empenho. E fez de tudo para ensinar aos filhos Muriel e Alisson a importância do trabalho sério, dedicação, mesmo nas brincadeiras no quintal.
De "nervosinho" na infância, Alisson aprendeu com o irmão Muriel a importância de ter serenidade em frente aos atacantes adversários.
_ Eles faziam disputas e o Alisson não admitia perder _ relembra José.
Valdemar "Dema", pai de Réver
"Jogue bem, mantenha o nível que eu sei que você. Também te desejo mais sorte com as contusões recentes. Fique calmo e encare o clássico como deve ser".
Nos momentos de dificuldade, Réver pode contar com o pai. Antes de se tornar um dos principais zagueiros do país com passagens destacadas por Grêmio e Atlético-MG, o filho do seu Dema pensou em largar a carreira aos 19 anos. A saudade de casa atrapalhava o desempenho do jogador no Paulista. Na conversa, Réver reencontrou o equilíbrio e conseguiu deslanchar.
Agora, novamente distante dos pais, o zagueiro luta para conseguir superar uma sequência de lesões sérias que o atrapalham desde o ano passado para retomar a trajetória de sucesso.
José Mendes, pai de Sasha
"Meu conselho é que ele faça de tudo para ganhar, estamos precisando da vitória. Quero que ele esteja bem concentrado para se posicionar bem e ter calma para encarar o jogo".
Eduardo virou Sasha. O apelido foi herdado pelo irmão, o Xuxa, que não pode dar sequência ao sonho de ser jogador porque sofreu fratura que interrompeu a carreira de atleta na base do Grêmio. Agora, Sasha vive uma certeza: tem de lutar por dois sempre que entrar em campo.
_ O que um não pode, o outro vivencia e dá força ao irmão _ diz o pai José.
Com visitas aos familiares a cada duas semanas, quando leva as roupas para a mãe lavar, Sasha ainda leva os puxões de orelha do pai quando descumpre algum pedido.
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