Nessa hora de discussão sobre os recentes fracassos da Seleção, devemos sempre lembrar que o futebol brasileiro ainda tem salvação. Não é questão de geração, de falta de campos de várzea, de proliferação da internet ou de venda precoce dos melhores atletas. A questão é política, é preciso criar uma diretriz esportiva voltada ao salvamento futebol (leis e atitudes que protejam um símbolo nacional). Enquanto nossos dirigentes pensam em construir sedes faraônicas ou explicar gestões corruptas, a nossa joia principal agoniza.
O esforço e a vontade deve ser de todos, passando pelo Legislativo, governos federal, estaduais, municipais, confederação e federações. Dariam as condições e a capacitação dos profissionais, desde a estrutura física com campos e ginásios adequados para a boa prática do esporte, passando pelo material esportivo até chegar a cursos para gestores, para treinadores e a todos envolvidos na criação de núcleos regionais.
Deveríamos ter a capacitação dos atletas até os 11 anos com o uso do futsal e com o futebol de campo a partir dos 12 anos a partir de escolas do governo, vinculadas a ligas estruturadas em vários pontos das cidades, com participação de comunidades. Escolas, privadas e públicas, participariam numa espécie de Copa do Mundo, sem distinção de classe social ou raça. Basta termos os locais adequados e a obrigatoriedade de participação.
As praças públicas, que hoje são os únicos locais que não serão vendidos para grandes construtoras (assim espero), deveriam receber um plano de política público privada, permitindo que grandes empresas melhorem consideravelmente as condições dos locais. Construiriam vestiários e campos sintéticos de futebol de campo, evitando assim o gasto exagerado em manutenção e a continuidade dos projetos mesmo no período de inverno. Explorariam comercialmente o espaço e ofereceriam, como contrapartida, horários gratuitos de treinamentos, escolinhas e muito mais.
As equipes federadas deveriam ter nessas ligas a fonte para conhecer e acompanhar os atletas locais, permitindo assim que o mesmo cresça no esporte ao lado da família e na escola. As alternativas para mudar essa situação que está marcando o futebol brasileiro existem. O principal é ter uma diretriz, um plano nacional de salvação do futebol brasileiro.