O Vasco vai entrar com recurso no STJD pedindo os pontos da partida contra o Atlético-PR com base no artigo 19 do regulamento geral de competições, que prevê que o jogo só pode ser interrompido por até 60 minutos. A partida ficou parada por 71 minutos por conta de um briga generalizada entre os torcedores dos dois times na arquibancada da Arena Joinville.
Em campo, o Furacão venceu o time carioca por 5 a 1. Caso consiga a vitória no tribunal, o Vasco fugirá do rebaixamento e jogará o Criciúma para a degola. Outra mudança na tabela seria a entrada direta do Botafogo na Libertadores, pois o time assumiria a terceira posição e o Furacão desceria para quarto. Vice-presidente de futebol do Vasco, Ercolino de Luca destacou que a ideia é ter o clube como vencedor da partida com 3 a 0 no placar, como dá brecha o regulamento.
- O jurídico já analisou tudo e vamos entrar com recurso nesta terça-feira. O recurso é porque o árbitro recomeçou o jogo após mais de uma hora. Na verdade, uma hora e dezessete minutos. Então a ideia é que o Atlético-PR, como mandante, perca os pontos e o Vasco ganhe, como uma vitória de 3 a 0. No campo não queríamos que a partida continuasse pois não tinha segurança alguma. Eu ordenei até para que meus atletas fossem ao vestiário, mas o árbitro (Ricardo Marques Ribeiro) não deixou. Depois disseram que o efetivo da polícia que estava lá fora entraria no estádio. Mas como ter um jogo depois daquilo tudo? Ele só reiniciou o jogo por pressão - destacou Ercolino.
De acordo com o dirigente, os delegados do jogo, Manoel Serapião Filho e Flávio Kanitz, além do diretor-executivo do Atlético-PR, Antônio Lopes, pressionaram o árbitro:
- Não posso afirmar, mas achei que o árbitro foi pressionado pelo delegado e pelo Antônio Lopes.
Por fim, o vice de futebol vascaíno apontou o presidente do Atlético-PR, Mauro Celso Petraglia, como um dos grandes incentivadores da violência na Arena Joinville.
- Sobre a briga, o presidente a semana inteira ficou falando que o Vasco tinha que acabar na Série B, proibiu as 20 crianças da nossa escolinha de Joinville entrar. Ficou com essa vontade de nos ferrar e acabou incitando a torcida deles a brigar.
O procurador geral do STJD, Paulo Schmitt, afirmou que é precipitado falar sobre a situação sem avaliar os documentos e argumentos de ambas as partes e destacou ainda que a iniciativa do Vasco passa a ideia de desespero.
- Tem que aguardar o protocolo e encaminhamento a Procuradoria para análise. Tentar rediscutir resultado de jogos após o encerramento do campeonato passa a ideia de desespero por tudo o que não se fez dentro dos gramados durante o ano para salvar do rebaixamento, no caso. Mas é precipitado falar sem avaliar os documentos e argumentos dos interessados - declarou Paulo Schmitt.