O meia Valdivia, do Palmeiras, pediu para dar entrevista coletiva na Academia de Futebol na manhã desta quinta-feira para falar sobre os momentos de terror que sofreu na última quinta-feira, quando ele e a esposa Daniela ficaram por quase três horas em poder de um sequestrador.
Muito abatido e interrompendo a fala em várias respostas, o jogador relembrou o drama que viveu e admitiu: achou que iria morrer.
- Passei por três horas de terror, de não saber se a pessoa que me sequestrou com minha mulher iria nos matar. Foi muito difícil para mim esse tempo. O sequestrador ameaçou várias vezes tirar nossa vida. A questão é que você fica entre a vida e a morte. As palavras não são muito claras dentro da minha cabeça. Depois que saquei R$ 1 mil, ele pediu mais R$ 19 mil e eu sabia que não conseguiria sacar, achei que eu ia morrer - falou ele.
- Fecho os olhos e vem a imagem da pessoa apontando uma arma na nossa cabeça, ele dizendo que se a gente fizesse algum movimento, se falássemos alguma palavra para outra pessoa, ele ia atirar - declarou.
Entre outros lugares, como uma lanchonete, o sequestrador fez Valdivia passar em uma loja de autopeças para comprar caixas de som de carro. O Mago admitiu que pensou em reagir, mas se conteve por conta da esposa.
- Chegando na loja ele começou a apontar um monte de coisas querendo comprar, eu fiquei com medo sabendo que o cartão não ia passar. Pensei em fazer outra coisa, mas sei bem que cemitério esta cheio de super-heróis. Qualquer coisa que eu fizesse, sabia que minha mulher estava comigo. Se eu corresse ela não ia correr. Gelei sempre.
Não conseguia fazer nada, só pedia a ele que queria viver - falou.
O camisa 10 do Verdão confirmou que o ladrão tentou molestar Daniela e que ele queria levá-la como refém para conseguir os R$ 20 mil no dia seguinte.
- Depois que ele foi preso, eu soube que ele tinha dois estupros. Lembrei do momento que minha mulher viveu. Quando eu desci do carro para pegar o dinheiro, ele tocou nos peitos dela. Isso eu não sabia até ela falar no Chile, mais calma. Foi ainda mais difícil. Quase três horas entre a vida e a morte e ainda mais saber que ele tocou nos peitos de minha mulher é uma impotência enorme - afirmou.
- Quando ele ficou nervoso, ameaçou levar minha mulher. Disse que ia levar ela, disse que podia pegar o dinheiro no outro dia, a gente se encontrava e ele liberaria. Mas eu sabia que se isso acontecesse eu nunca mais veria minha mulher. Se encontrasse de novo, seria de uma forma totalmente diferente, porque ele era um estuprador - declarou.
