Primeiro reforço da "era Celso Roth" no Cruzeiro, o volante Tinga deve fazer a sua primeira partida pelo clube mineiro no sábado, às 21h, contra o Náutico, no Estádio dos Aflitos, em Recife. Em entrevista ao Lancenet, o novo reforço da Raposa abriu o jogo, explicou sua saída do Inter e ainda concordou com aqueles que pedem reforços para o elenco celeste. Confira, abaixo, a conversa com o jogador gaúcho:
Pergunta - Afinal, o que realmente fez com que o Tinga deixasse o Inter, onde era ídolo, e se mudasse para o Cruzeiro, que busca um recomeço?
Tinga - As pessoas não costumam entender essa escolha. Eu escrevi uma história no Inter e tenho um bom relacionamento com todos lá. Muitos acham que eu tive algum problema no clube, mas não tive. Sempre me dei muito bem com todos. Fui a Porto Alegre no fim de semana e fui muito bem recebido pela torcida e meus amigos que ficaram no clube. O presidente do Inter (Giovanni Luigi) sempre me liga, sempre conversa comigo. Sou um grande amigo do Fernandão (diretor executivo) também. Não tive problemas lá, o que me fez mudar para o Cruzeiro é a vontade de ter desafios na carreira. Muitas vezes, as pessoas preferem ficar naquela zona de conforto, em uma situação cômoda. Mas prefiro buscar a minha chance dentro de uma equipe, recomeçar tudo e ter um grande desafio. Não me arrependo da minha escolha. O Cruzeiro tem uma estrutura única no país, nunca vi nada parecido com isso.
Pergunta - Nos últimos dias, alguns jogadores e até o antigo técnico do Cruzeiro, Vágner Mancini, afirmaram que o clube tem um elenco limitado. Você acredita que são necessários reforços para o time lutar pelo Brasileirão?
Tinga - Não dá para dizer que um clube tem um elenco pronto para disputar todos os títulos. O primeiro e o segundo colocados precisarão de algumas contratações. No Cruzeiro, não é diferente. Mas nós temos um elenco forte, repleto de jogadores de qualidade. Não posso dizer que precisamos de reforços, isso é um trabalho da comissão técnica e da diretoria.
Pergunta - O Roth disse que pretende utilizar você no jogo contra o Náutico. Como vê esta responsabilidade de entrar e ter de resolver no meio de campo?
Tinga - Na verdade, eu ainda não sei se vou entrar jogando, não posso falar que serei titular, porque estamos em um grupo de quase 30 jogadores. Eu posso dizer e prometer que vou trabalhar, me dedicar ao máximo e buscar a minha condição de titular. Sei que será complicado, até porque nada na minha vida nunca foi fácil. Quanto à responsabilidade, eu posso dizer que sempre terei de lidar com isso. Estou em um clube grande, como o Cruzeiro, que sempre lutou por títulos. Eu tenho que mostrar o meu melhor e ajudar o clube a lutar pelas melhores posições do Brasileiro.
Pergunta - Caso seja escolhido para atuar no sábado, você gostaria de jogar como volante ou como um meia-atacante mais avançado?
Tinga - Não tenho preferência. Para mim, tanto faz. Posso jogar como um meia mais avançado ou como um volante. Eu gosto de participar do jogo, ajudar os meus companheiros. Vou me dedicar na marcação e também na saída de bola. Isso ficará a critério do treinador. O que eu quero é jogar.
Pergunta - Você se ausentou de algumas partidas do Inter nesta temporada. Chega pronto para jogar ou com algum problema físico, que o impediria de atuar nesta sequência do Campeonato Brasileiro?
Tinga - Estou pronto para entrar em campo. Participei de todos os jogos do Inter na Libertadores. Joguei até as oitavas de final da competição contra o Fluminense e inclusive atuei na final do Campeonato Gaúcho, em que fomos campeões sobre o Caxias. Eu estou pronto. Se o Celso precisar de mim no fim de semana, eu estarei pronto. Quero jogar e ajudar a equipe contra o Náutico.
Pergunta - O que a torcida pode esperar do Tinga com a camisa do Cruzeiro?
Tinga - Vontade não vai faltar nunca. Sempre que converso com médico e profissionais da preparação física, eles me falam que tenho um condicionamento de um jogador de 25 anos. Hoje, tenho 34 anos e me cuido muito. Por isso, a torcida cruzeirense pode esperar muita vontade, muita dedicação. Eu tenho a obrigação de lutar, de me dedicar ao máximo, porque estou em uma das melhores estruturas do Brasil, com muitos profissionais capacitados. Vou me entregar em campo, porque sonho com os títulos com a camisa do Cruzeiro. Espero que tudo dê certo neste clube.