Quando as luzes vermelhas se apagarem, às 2h10min deste domingo (horário de Brasília), a Fórmula-1 dará início ao 70º Mundial de Pilotos da sua história. O campeonato, que começa com o GP da Austrália, em Melbourne, marca um momento de transição: em meio à empolgação pelo lançamento, na Netflix, de uma série sobre a temporada do ano passado, mas também com o luto pela morte do diretor de provas Charlie Whiting — justamente o responsável por dar o sinal de largada dos GPs —, a maior categoria do automobilismo mundial luta para atrair novos fãs, principal meta do Liberty Media Group, empresa americana que manda e desmana nas pistas.
O problema é que, para aumentar a audiência e retomar a relevância perdida nos últimos anos, a Fórmula-1 precisa de um campeonato competitivo e disputado, algo bem diferente do que se viu nos últimos anos. Desde 2014, quando o regulamento determinou a volta dos motores turbo, o Mundial tem donos incontestáveis: a Mercedes entre as equipes e Lewis Hamilton como piloto.
O time alemão venceu os últimos cinco campeonatos, com quatro títulos para o inglês (dono de cinco, no total), e um para o aposentado Nico Rosberg — que também defendia as flechas de prata. Em 100 GPs nestas cinco temporadas, foram 75 vitórias para a escuderia, um domínio inédito na história.
Se os treinos livres de sexta-feira em Albert Park forem indício de algo, é de que a concorrência terá problemas mais uma vez. O pentacampeão foi o mais rápido, de novo.
Entre a esperança de uma briga real pela taça, a expectativa pela milésima corrida, mais um ano sem brasileiros e a mudança nas regras, com um ponto extra ao dono da melhor volta, o Mundial começa do mesmo jeito que o último terminou: com todos contra Lewis Hamilton e a Mercedes.