Após 38 anos, a Stock Car viu neste domingo (11) a primeira vitória de um piloto gaúcho. Coube a Vitor Genz a honra de ser o pioneiro do estado a receber a bandeira quadriculada na frente: com uma ótima estratégia, o corredor da Eisenbahn Racing levou o carro 46 ao triunfo na segunda corrida da etapa de Cascavel.
O segundo lugar ficou com Guilherme Salas (117 – Vogel Motorsport), e Tuka Rocha (25 – RCM Competições) chegou em terceiro. Lucas Foresti (12 – Full Time Academy) havia conquistado a segunda colocação, mas foi desclassificado por uma irregularidade técnica em seu carro, em uma verificação técnica após a disputa da segunda corrida.
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O que a primeira bateria teve de tranquila, sem mudanças de posição na ponta e com poucos incidentes, a segunda prova em Cascavel teve de confusões. Desde o início, a corrida foi marcada por saídas de pista, acidentes, rodadas e muitas disputas em todo o pelotão de pilotos.
As primeiras voltas seguiram o script da corrida inicial: Marcos Gomes (80 – Cimed Racing) partiu da frente e abriu grande vantagem para Galid Osman (28 – Ipiranga Racing), e mais atrás Max Wilson, vencedor da primeira prova, chegou a ultrapassar Daniel Serra, perdeu a posição e a recuperou na sequência. Já Valdeno Brito (77 – Eisenbahn Racing), que largou em segundo, errou na primeira curva e ficou para trás.
Tudo seguia assim até o 10º giro. Até que Átila Abreu fez uma bela ultrapassagem sobre Wilson para conseguir o sétimo lugar. Daniel Serra tentou aproveitar para também passar Wilson, mas os dois se tocaram e foram parar na grama, perdendo várias posições.
Em seguida, na 15ª volta, Felipe Fraga (88 – Cimed Racing) quebrou no meio da volta. O seu carro ficou parado na pista e exigiu a entrada do safety-car – que já aproveitou para tirar também o carro de Gomes. O então líder da prova, que tinha mais de cinco segundos de vantagem para o segundo colocado, rodou sozinho na curva 2 e bateu no barranco. Fim de prova para ele.
A entrada do carro de segurança, e logo em seguida a janela de pit-stops obrigatórios, mudou completamente a prova. Até então, os pilotos que haviam priorizado a participação na bateria inicial vinham na frente. Como era o caso de Cesar Ramos: o gaúcho da Blau Motorsport estava em sétimo lugar, à frente de Cacá Bueno (0 – Cimed Racing), e vinha com ótimo desempenho.
Mas, depois dos pit-stops, tudo foi diferente. Quem havia deixado a primeira prova de lado para priorizar a segunda corrida começou a mostrar o desempenho esperado. Com pit-stops rápidos de reabastecimento e pneus mais novos, Genz, Foresti, Allam Khodair (18 – Full Time Sports) e Salas logo pintaram nas primeiras posições.
A liderança, então, estava com Ricardo Zonta. Mas o paranaense do carro 10 da Shell Racing, em uma falha de comunicação com a sua equipe, não fez o pit-stop durante a janela obrigatória e foi excluído. Com isso, Thiago Camilo subiu para a primeira colocação.
Mas aí valeu a estratégia de Genz. Com um carro muito rápido, o gaúcho de Porto Alegre fez a ultrapassagem na 28ª volta e logo abriu distância para a concorrência. Foresti e Khodair também passaram por Camilo, mas o piloto do carro 18 teve problemas na volta final e ficou para trás, o que abriu a Salas a chance de – assim como Foresti – subir no pódio pela primeira vez.
Com tranquilidade e um carro em ótimo estado, Genz segurou a vantagem sobre Foresti e recebeu a bandeira quadriculada na frente. Foi a primeira vitória de um piloto gaúcho nos 38 anos de Stock Car, categoria que começou justamente no Rio Grande do Sul, em Tarumã. Os outros gaúchos também foram bem: depois do grande início, Ramos terminou em 13º, ainda à frente de Cacá Bueno, e Marcio Campos (31 –Blau Motorsport) foi o 22º.
Antes de Vitor, apenas João Campos – pai de Marcio Campos – havia vencido uma bateria, em Interlagos, em 1993. Mas o regulamento da época levava em conta a soma das duas baterias, e com isso ele terminou a etapa na terceira posição. João Campos era, até hoje, o mais bem-sucedido piloto gaúcho da Stock Car. Honra que agora pertence a Vitor Genz.