O GP da Austrália trouxe boas notícias para quem espera uma temporada da Fórmula-1 com emoção, diferente dos dois últimos Mundiais. A corrida, disputada na madrugada deste domingo no circuito de Albert Park, em Melbourne, mostrou que a Ferrari conseguiu diminuir a distância para a Mercedes – e que Sebastian Vettel está, mais uma vez, em ótima forma. É o que de melhor o fã da categoria poderia esperar para 2016, mesmo que, no final, o pódio tenha contado com o trio que se habituou a frequentar os três primeiros lugares no ano passado.
A vitória de Nico Rosberg – sua quarta consecutiva, melhor marca da carreira – também é um alento, sinal de que o alemão vai levar até o fim a promessa de efetivamente brigar com Lewis Hamilton dentro da Mercedes. Os bons desempenhos de Vettel, que só perdeu a ponta pela falha de estratégia da Ferrari, e de Kimi Raikkonen, por sua vez, mostram que a escuderia italiana diminuiu a distância em relação aos alemães. Resta esperar pelo GP do Bahrein para ver se isso deve-se, realmente, a uma evolução de Maranello ou se foi fruto da má largada da dupla prateada.
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Mas as boas notícias não se resumiram ao pelotão de frente. O grande destaque do GP australiano foi o sexto lugar de Romain Grosjean com a novata Haas. A equipe americana foi a primeira estreante desde a Toyota, em 2002, a chegar nos pontos na sua primeira corrida – excluindo-se Red Bull, em 2005, e Brawn, em 2009, que assumiram a estrutura de outras escuderias –, e isso devido ao desempenho constante do francês, que só realizou uma troca de pneus, durante a bandeira vermelha provocada pelo pavoroso acidente de Fernando Alonso. Daniel Ricciardo, em quarto, e Felipe Massa, com um ótimo quinto lugar, superaram as próprias expectativas e o desempenho da Red Bull e da Williams, que parecem ter involuído em relação a 2015.
Outro piloto a chamar a atenção, para o bem e para o mal, foi Max Verstappen. O guri de 18 anos, piloto mais jovem da história da categoria, deu uma aula de maturidade na primeira parte da prova, segurando Hamilton com maestria na sua equilibrada Toro Rosso. Os problemas após a relargada, contudo – principalmente nos pit-stops, com ele entrando nos boxes após o companheiro Carlos Sainz Jr. e ainda perdendo tempo na sua parada –, fizeram com que recebesse a bandeirada apenas em 10º, após muita reclamação pelo rádio de que Sainz não lhe dava espaço. Talvez Verstappen aprenda, nas próximas, que ultrapassagens podem ser feitas na pista.
Por fim, fica o alívio em relação ao acidente de Fernando Alonso. O raro erro do bicampeão – que mostrava bom rendimento com a McLaren até a 18ª volta – resultou em um momento de susto para todos que assistiram ao GP. E provou, mais uma vez, a segurança extrema dos monopostos de Fórmula-1. Que o espanhol tenha deixado o cockpit intacto é algo a se comemorar.
Ah, sim, e quanto ao treino de classificação, o novo formato já vai tarde. Dos muitos problemas atuais da categoria, a definição do grid não era um deles. Que bom que voltará ao normal.
*ZHESPORTES