A matemática está a favor de Marcos Gomes. Líder da Stock Car, o piloto paulista da equipe Voxx Racing pode conquistar seu primeiro título neste domingo em Tarumã. Para ser o campeão da temporada, basta livrar mais 12 pontos de vantagem sobre Cacá Bueno nas duas corridas previstas no tradicional autódromo gaúcho - o vencedor da primeira prova ganha 24 pontos, e o da segunda, 15. Com isso, abriria 49 pontos de diferença sobre o pentacampeão da Stock Car, e não poderia mais ser alcançado na última etapa, em Interlagos, em 13 dezembro, quando será disputada uma única corrida com pontuação dobrada.
Filho de Paulo Gomes, o primeiro campeão da principal categoria do automobilismo nacional e dono de quatro títulos da Stock Car, Marquinhos, como é conhecido no circuito, fala com cautela sobre a possibilidade de levantar o caneco na pista onde seu pai triunfou em quatro corridas.
- Não tenho de pensar em conquistar o campeonato aqui. Se acontecer, será maravilhoso, mas a meta é manter a diferença (para o Cacá), e se aumentar um pouco já vai estar de bom tamanho para a etapa de São Paulo - diz o piloto de 31 anos, que admite adotar uma estratégia mais conservadora.
Com três vitórias, sete pódios e cinco poles, Marquinhos vem chamando a atenção pela regularidade nesta temporada - a oitava dele na Stock Car. Aos 39 anos, Cacá Bueno destaca a evolução do líder do campeonato:
- Ele sempre foi um piloto rapidíssimo. Mas até agora nunca tinha apresentado a consistência desse ano - afirma.
Embora com chances mais remotas, outros sete pilotos ainda têm chances matemáticas de título - até o nono colocado, Julio Campos, ainda podem ser campeão. Mas o maior rival de Marquinhos é mesmo Cacá.
- Meu primeiro objetivo em Tarumã é levar a decisão do campeonato para São Paulo. O segundo é diminuir a diferença. O terceiro é vencer a corrida - diz o piloto, que ganhou duas corrida no circuito de Viamão.
"Tarumã é a minha pista preferida"
Você está fazendo uma temporada muito regular, com três vitórias, cinco poles, sete pódios. É o melhor momento de sua carreira?
Sim, com certeza. O meu melhor ano até agora havia sido em 2008, quando fui vice-campeão e perdi o campeonato por apenas um ponto, atrás do Ricardo Maurício. Mas agora é diferente. Em 2008, estava no meu segundo ano na categoria. Hoje tenho mais experiência na Stock Car, estou bem mais maduro e consigo entregar melhores resultados. Controlo mais a ansiedade, que é um grande obstáculo dos pilotos novos.
Você está a 12 pontos do título, restando apenas duas etapas. Você está de olho na calculadora? Ou prefere cuidar a posição do Cacá Bueno na pista...
Temos a chance de sair daqui como campeão, mas sabemos que é difícil. Além de torcer por um bom resultado da nossa equipe, do nosso carro, o Cacá não pode ir muito bem.
Qual é a sensação de superar, por enquanto, um pentacampeão na categoria. Como é sua relação com o Cacá?
Respeito bastante o Cacá, o maior campeão em atividade da categoria. É gratificante disputar o campeonato contra ele e estar a sua frente. O Cacá é um adversário sempre muito regular, que dificilmente comete erros. Muitas vezes ele prefere chegar em terceiro, quarto, do que arriscar para vencer uma corrida. Por isso acho que as chances maiores são de disputar o campeonato até a última etapa.
Você conseguiu bons resultados nas etapas gaúchas neste ano. As pistas do Rio Grande do Sul têm dado sorte para você...
Sempre gostei de correr no sul. Gosto das pistas, Tarumã é a minha preferida. Vou torcer para ter a mesma sorte das etapas no Velopark e em Santa Cruz e conquistar a minha primeira vitória em Tarumã.
Paulo Gomes, seu pai, já venceu em Tarumã, foi o primeiro campeão da Stock Car e conquistou quatro títulos na categoria. O quanto ele o inspirou e o ajudou na sua carreira?
Ele foi fundamental no começo, na questão de investimento, mas o que ele sempre procurou me ajudar mais foi na parte psicólogica, na questão de assimilar a pressão na hora de guiar o carro. Hoje em dia, ele ainda tenta me ajudar muito nesse lado, que é um grande obstáculo dos pilotos.
*ZHESPORTES