Depois do imbróglio que ameaçou até o fim a estreia do brasileiro Felipe Nasr na Fórmula 1, o piloto holandês Giedo Van der Garde revelou nesta quarta-feira na sua página do Facebook que rescindiu seu contrato "de comum acordo" com a Sauber, mas não escondeu as mágoas com a escuderia.
- Estou triste e decepcionado. Trabalhei duro para construir minha carreira. Destruíram meu sonho, e sei que provavelmente não tenho mais futuro na F1 - lamentou o holandês num comunicado em que anuncia o fim da ação judicial contra a escuderia suíça.
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Van der Garde não revelou o montante de indenização financeira que recebeu para desistir do processo, mas fontes próximas ao caso avaliam este valor em 15 milhões de euros.
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- Ficamos surpresos com estas declarações. Desconhecemos as intenções de Giedo, que tenta se apresentar como um vencedor. Pensamos que as coisas iriam ficar mais calmas e não entendemos o raciocínio dele - lamentou a escuderia num comunicado.
Piloto reserva da Sauber no ano passado, o holandês de 29 anos, alegava que a Sauber lhe prometeu a vaga de titular por contrato, mas que a escuderia voltou atrás e decidiu entregar os carros ao brasileiro Felipe Nasr e ao sueco Marcus Ericsson, que trouxeram mais dinheiro com patrocínios.
- Teríamos ótimas repostas às diversas acusações de Giedo, mas continuar neste caminho não ajudaria nem a nossa equipe, nas suas corridas, nem nossos fãs, nem os nossos patrocinadores. Só alimentaria uma briga de rua na mídia - completou escuderia suíça.
O holandês obteve ganhou de causa na justiça suíça e com o Supremo Tribunal Estado australiano de Victoria, tentou fazer valer seus direitos até o início dos treinos livre do GP, em Melbourne, aparecendo até com o macacão da Sauber no paddock, mas acabou desistindo da vaga no último sábado, "em respeito ao esporte".
Apesar de decepção, Van der Garde disse que sua carreira nos esportes mecânicos "ainda não acabou".
- É o início de uma nova era, gostaria de participar do Mundial de Endurance e das 24 Horas do Mans.
Com Nasr e Ericsson, a Sauber fez uma ótima estreia na temporada, somando 14 pontos, enquanto tinha ficado zerada na temporada passada.
O brasileiro ficou e quinto lugar, o melhor desempenho para um estreante do país na modalidade.
Em outra polêmica ligada à F1, George Seiler, diretor do circuito de Hockenheim, onde costuma acontecer o GP da Alemanha, afirmou que "não há nenhuma esperança" para que a prova seja realizada neste ano, depois da desistência do Nürburgring, que deveria ter sediado o evento dos dias 17 a 19 de julho deste ano.
Os dois circuitos costuma se revezar para receber o GP, mas a edição de 2014, em Hockenheim, foi um fracasso do ponto de vista financeiro.
- Quero deixar claro que não somos responsáveis por esta situação. Pelo contrário, fizemos de tudo para organizar a prova, porque o Nürburgring não tinha condições - alegou Georg Seiler, em entrevista ao site alemão Mortorsport-Magazin.com.