Não é exagero dizer que a vitória de Tony Kanaan nas 500 Milhas de Indianápolis, no domingo, pode marcar o ressurgimento do piloto. Afinal, esta foi a sua primeira vitória na Fórmula Indy desde que chegou à equipe KV, em 2011. Foi também o seu primeiro triunfo desde junho de 2010, quando faturou a prova no oval de Iowa.
A trajetória de lá para cá não condiz com o status de Tony na categoria. Campeão em 2004, sempre foi tido como um dos principais pilotos do grid. Mas sua saída da equipe Andretti, em 2010, fez com que ele passasse apuros para manter-se nos Estados Unidos.
Naquela temporada, o brasileiro de 38 anos perdeu o patrocínio de uma loja de conveniência americana. Como consequência, foi dispensado pela Andretti, já que não daria o aporte financeiro necessário para manter-se na escuderia.
A salvação poderia ter vindo de Gil de Ferran, que montou um time para o campeonato seguinte. Contudo, o projeto foi abortado, e Tony seguiu sem um lugar na Indy.
A situação só se resolveu a apenas uma semana do início do campeonato de 2011. O brasileiro conseguiu um novo patrocinador e selou um acordo para correr pela KV, equipe de nível intermediário gerenciada pelo ex-piloto Jimmy Vasser.
Apesar do alívio, o acordo com a KV não trouxe resultados expressivos para o brasileiro, que raramente figurava na ponta.
Agora, após a vitória em Indianápolis, veio a prova do seu renascimento. A repercussão do triunfo, sobretudo nos Estados Unidos, foi positiva. A conceituada revista "Sports Illustrated" divulgou um artigo no qual relaciona a vitória com um ganho de imagem por parte da Indy.
- Nós precisamos promover o esporte melhor. Não há dúvida em relação a isso. Mas eu diria que nós temos o material humano, os pilotos. Precisamos apenas trabalhar para recuperar a audiência que perdemos - disse Helio Castroneves.
Nesta segunda-feira, Tony participou de uma sessão de fotos em Indianápolis. Lá, recebeu um cobertor especial de Jeanetta Holder, que confecciona este tipo de peça para os vencedores das 500 Milhas há mais de 30 anos.