Na última semana, o governo federal anunciou que alunos que ingressarem nos cursos de Medicina a partir de 2015 terão de cumprir dois anos de estágio obrigatório na saúde pública. A medida que amplia o período de formação de seis para oito anos gerou polêmica entre profissionais e estudantes de Medicina e provocou questionamentos entre vestibulandos.
As dúvidas mais frequentes nos corredores de cursinhos pré-universitários dizem respeito ao novo currículo e às responsabilidades que os estudantes terão de assumir nos dois últimos anos da graduação.
Confira abaixo respostas para algumas das perguntas dessa turma de estudantes:
O aluno irá contar com supervisão?
Sim. Além de ser supervisionado por um médico com pós-graduação, o aluno deverá ser acompanhado por um tutor acadêmico (um docente médico), indicado pela universidade, que deverá planejar e orientar as atividades do aluno e do supervisor. No entanto, de acordo com a portaria, como o aluno receberá uma autorização provisória para o exercício da medicina, ele terá de responder caso cometa uma infração ética ou erro no atendimento.
O aluno será remunerado por esse estágio?
Sim. O aluno receberá uma bolsa-formação. Além disso, municípios poderão oferecer auxílios-moradia e alimentação, e o Ministério da Saúde poderá conceder ajuda de custo para despesas de instalação e deslocamento conforme faixas estabelecidas na portaria. Os estudantes de instituições particulares não pagarão mensalidade no período de estágio. O supervisor e o tutor acadêmico também terão bolsa. O custeio vem de orçamento dos ministérios da Saúde e da Educação.
Para onde vão os estudantes?
A portaria estabelece como regiões prioritárias áreas de difícil acesso ou que tenham populações em situação de vulnerabilidade. No último sábado, porém, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, informou que os alunos farão o estágio na mesma cidade em que cursam a faculdade e que o objetivo é melhorar a formação dos médicos.
O que muda no currículo?
Após os seis anos do curso, o aluno deverá cumprir dois anos de estágio obrigatório na rede pública de saúde. Há a possibilidade de reduzir a formação básica para cinco anos, mas isso dependerá da avaliação do Conselho Nacional de Educação. O aluno recebe o diploma depois de aprovado no estágio.