Faltando cinco dias para o vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), há quem já esteja roendo as canetas de tão ansioso. Por um lado, esta ansiedade pode ser positiva, representando um sinal de comprometimento do candidato com o concurso.
Por outro, a falta de unhas nos dedos pode significar que o sentimento já avançou alguns estágios e se transformou em estresse.
Para aliviar a tensão dos vestibulandos - e dos pais -, elaboramos uma lista dos causadores de estresse mais comuns entre futuros acadêmicos.
Mesmo um pouco tensos com a proximidade do concurso, os vestibulandos Felipe Soares Riolfi, 22 anos, e Jennyfer Silveira, 17 anos, seguem com suas estratégias para relaxar. Candidato a uma vaga no curso de Administração, Felipe diz que o chimarrão que toma em casa, pela manhã, o ajuda a manter a serenidade. Quando tem mais tempo, prefere um passeio de moto.
- Vou de Ipanema até o Gasômetro, pelo Guaíba, só para ver árvores e água - justifica o estudante.
A vestibulanda de Ciências Contábeis também opta por atividades ao ar livre.
- Não dá para entrar na paranoia e ficar se cobrando o tempo inteiro. Costumo encontrar amigos no parque da Redenção para conversar - afirma Jennyfer.
Pequeno manual para afugentar o estresse
Como saber se você está estressado?
Mesmo não sendo raro nesta época, reconhecer um vestibulando estressado não é uma tarefa tão simples assim. Afinal, os sintomas de estresse são muito diversos, variando de pessoa para pessoa.
Comportamentos incomuns - como não parar de pensar em logaritmos e exponenciais na hora de dormir ou mesmo negar-se a ir para a cama com o objetivo de fazer uma leitura dramática de O Pagador de Promessas madrugada adentro - podem indicar que algo esteja fora do lugar.
O que estressa os vestibulandos
Conheça alguns dos fatores que causam estresse - comuns aos que se candidatam a uma vaga na universidade. Veja quais se aplicam a você:
1) Não querer decepcionar família e amigos
2) Pensar que não passará e terá de repetir "tudo de novo"
3) Ter vergonha por não passar e ser rotulado como "incompetente"
4) Não estar absolutamente certo sobre a carreira escolhida, passar e se sentir obrigado a cursar
5) Ter medo de ver os amigos passarem e "ficar para trás"
6) Ter medo de perder tempo
7) Achar que a opção escolhida é definitiva, determinando aquilo que vai fazer para o resto da vida
O que fazer a esta altura do campeonato?
Uma maneira de lidar com a ansiedade é tentar identificar quais os maiores medos que você tem em relação a uma possível reprovação e analisar até que ponto esses medos são justificáveis. Às vezes, imaginamos consequências piores do que de fato podem ser.
Outra possibilidade é conversar com amigos e colegas sobre o assunto, a fim de compartilhar esse sentimento de ansiedade e se fortalecer. Conversar com os pais também pode ser importante, especialmente para que fique claro o que eles pensam a respeito de uma possível reprovação. Outra alternativa é imaginar cenários alternativos para o futuro, caso a aprovação não se concretize, pois isso ajuda a enxergar que existe vida além do vestibular.
Fontes: professor Marco Teixeira (coordenador do Núcleo de Apoio ao Estudante da UFRGS), professora Maria Célia Lassance (coordenadora do Serviço de Orientação Profissional da UFRGS) e psicóloga Luciana Ourique