Previstas para recomeçarem no início deste mês, as obras do Instituto de Educação Flores da Cunha, em Porto Alegre, seguem paradas. Mesmo sem uma nova data fixada para a retomada da restauração, a Secretaria Estadual da Educação (Seduc) estima que os trabalhos sejam concluídos em dezembro de 2022.
Agora, a novidade é o protocolo de entendimento assinado pelo governo do Estado com o Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG), que prevê a criação de um museu no local.
O documento tem como objetivo firmar um compromisso entre as partes visando “o desenvolvimento da educação, da cultura, da ciência e da tecnologia, mediante realização das atividades de promoção de políticas públicas, educação, cultura, organização e realização de eventos, pesquisa e estudos, bem como outras ações”, explicou a Seduc. O IDG, responsável pela gestão do Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, vai elaborar o projeto do Museu da Escola do Amanhã na estrutura do Instituto de Educação.
Segundo a Seduc, esse projeto deve ocupar 10% da área da instituição. Só o pavilhão central soma mais de 3,3 mil m², de acordo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado.
Além do museu, também estão previstos espaços para escola, Centro de Desenvolvimento dos Profissionais da Educação e Centro Gaúcho de Educação Mediada por Tecnologia. Para sair do papel, o projeto terá aporte de R$ 59,3 milhões do Tesouro do Estado.
Surpresa com a notícia
Segundo a Seduc, o tema foi debatido ao longo de 2021 com a comunidade escolar. A diretora da instituição, Alessandra Lemes da Rosa, confirma que já conhecia o projeto, no entanto, diz que foi surpreendida com a notícia da formalização do protocolo de entendimento.
— Fomos pegos de surpresa nesse sentido. Ficamos sabendo pela mídia, não temos nada disso formalizado — afirma a diretora, acrescentando que deve se reunir com a secretária da Educação, Raquel Teixeira, que a convidou para participar da comissão de obras.
Na manhã desta sexta-feira (29), a comunidade escolar fez um protesto com faixas e cartazes em frente ao prédio reivindicando a retomada do local enquanto escola.
— Aquele prédio tem um projeto arquitetônico para ser escola — destaca Alessandra.
Atualmente, a escola tem 1,5 mil alunos, que estão diluídos em quatro unidades.