Levantamento do British Council, organização internacional do Reino Unido para relações culturais e educacionais, dimensionou o nível de formação dos professores de inglês na educação básica brasileira. A instituição identificou o Rio Grande do Sul como um dos Estados de melhor formação dos docentes.
Não foi divulgado ranking — o British Council afirma não ter essa intenção —, mas os dados do Observatório para o Ensino da Língua Inglesa, divulgados na semana passada, apontam que 60,92% das turmas de inglês na educação básica têm docentes com titulação adequada: que tenham cursado licenciatura única (Letras: Inglês) ou dupla (Letras: Português-Inglês) ou cursado bacharelado nessas duas áreas e com complementação pedagógica concluída no idioma.
À frente do RS, estão Sergipe (67,39%), Espírito Santo (66,98%) e Distrito Federal (65,82%). Nenhum Estado se aproximou dos 100% de turmas com docentes preparados adequadamente. Em todo o país, apenas 29,42% dos alunos estão com professores de formação completa.
Chamou a atenção do estudo os percentuais altos de titulação inadequada para o exercício da docência, que mesmo nos melhores cenários, como o gaúcho, ficam entre 30% e 40%. De acordo com o Observatório, isso confirma que há um grande número de turmas com docentes que não cursaram licenciatura ou que não têm bacharelado e complementação pedagógica nesta língua.
— O objetivo do estudo é aprofundar o olhar sobre quem são as professoras e professores de Inglês atuantes no Brasil nas redes públicas municipais, estaduais e federal, assim como na rede privada. Gerar conhecimento sobre o quadro de docentes e aspectos de sua prática profissional é um passo essencial para promover avanços no ensino e aprendizagem do idioma, com repercussões positivas para toda a sociedade — afirmou no lançamento a gerente sênior de Inglês do British Council, Cíntia Toth Gonçalves.
Os dados nacionais revelam ainda que quatro em cada cinco docentes na educação básica brasileira são mulheres. A média de idade das professoras e professores é de 41 anos, e cada profissional leciona, em média, para cerca de 300 estudantes. Em relação à titulação acadêmica, 16,7% dos docentes não têm ensino superior completo.