Com a mudança da bandeira preta para a vermelha permitindo o retorno das aulas presenciais em todos os níveis de ensino no Rio Grande do Sul, decidida nesta terça-feira (27), o Sindicato do Ensino Privado (Sinepe-RS) calcula que não haverá tempo hábil para as escolas particulares reabrirem já na manhã de quarta-feira (28). A previsão é de que o novo decreto seja divulgado na noite desta terça pelo governo do Estado.
A partir da publicação, serão analisadas as orientações para reabertura das escolas e se haverá alterações em relação às regras anteriores. A orientação do Sinepe é para que as famílias aguardem contato das instituições para levarem os filhos.
— Não vão para as escolas amanhã cedo. O pedido que faço, por mais paradoxal que seja, já que o Sinepe vem lutando pela reabertura das escolas, é que nesse momento as famílias não levem as crianças. Só façam isso quando a escola contatar — reforça o presidente do Sinepe, Bruno Eizerik.
A novidade dessa liberação é que todos os níveis ficam autorizados a retomar as aulas presenciais, e não somente a Educação Infantil e o primeiro e segundo anos do Ensino Fundamental, como ocorreu na semana passada. Apuração de GZH apontou que será permitida a modalidade híbrida, com a manutenção das aulas remotas, sem obrigatoriedade de comparecimento às escolas.
De acordo com Eizerik, é possível que as particulares já comecem a entrar em contato pela manhã e reabram na parte da tarde de quarta-feira. De acordo com o presidente do Sinepe, muitas instituições devem adotar uma retomada gradual, começando pela Educação Infantil e pelas séries iniciais do Fundamental, e então depois partir para o Ensino Médio. No entanto, se o governo permitir que todos os níveis retomem de uma só vez e a instituição tiver condições para isso, o Sinepe não faz qualquer ressalva.
O que pode acontecer é as turmas de séries avançadas terem de se dividir e fazer revezamento, com um grupo estudando na escola enquanto o outro fica em casa. É que as regras anteriores previam distância de 1,2 metro entre as classes para garantir que os estudantes não fiquem tão perto uns dos outros. Turmas de Educação Infantil e primeiro ano do Ensino Fundamental são pequenas e conseguem se adequar à regra, mas turmas d o segundo ano do Fundamental e do Ensino Médio são muito grandes para atenderem a essas medidas.
— Se tenho uma sala de aula com 40 alunos, não vão caber os 40 com essa distância de 1,2 metro. Por isso, em algumas escolas, não todas, depende do número de alunos, terão de dividir as turmas e fazer revezamento — diz Eizerik.
O Sindicato Intermunicipal dos Estabelecimentos de Educação Infantil do Estado do Rio Grande do Sul (Sindicreches) informou que as famílias já estão de sobreaviso na noite desta terça-feira, apenas aguardando a publicação do decreto. A partir da publicação, será feito o contato com os pais sinalizando o retorno das aulas já a partir de quarta-feira.