Manter-se atualizado frente ao mercado de trabalho é uma necessidade. Nesse sentido, o estudo representa um caminho com opções variadas, e saber escolher a correta pode representar um desafio.
Vamos partir do básico: existem os cursos lato sensu, de especialização e MBA, e os stricto sensu, de mestrado e doutorado. A definição entre eles depende de o estudante priorizar a área profissional ou a de pesquisa científica.
O Rio Grande do Sul conta com 414 programas de pós-graduação stricto sensu, que se dedicam à pesquisa científica. Destes, 61,6% estão na rede pública e 38,4% na rede privada, conforme dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O número de cursos lato sensu vai além, porque também são oferecidos por instituições de ensino que não têm mestrado e doutorado.
— Em processos de busca de emprego, o elemento de qualidade do curso conta. Se (o estudante) o fizer em uma instituição reconhecida, passa à frente dos outros — diz o coordenador do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Sérgio Franco.
Indicadores de qualidade podem ser encontrados nos sites das instituições ou no da Capes, que avalia os programas de mestrado e doutorado no Brasil. Essa medição é complexa, ocorre a cada quatro anos e leva em consideração, principalmente, a qualidade do curso, a produção científica e o envolvimento em atividades de extensão.
— Os cursos ganham uma nota que vai de um a sete. Abaixo de três, entram em processo de fechamento. Cursos nota três são médios, nota quatro estão se qualificando, nota cinco são bons e notas seis e sete são de nível internacional — explica Franco.
Já a especialização e o MBA não são avaliados. Por isso, Franco sugere procurar informações sobre a universidade ou faculdade e quem são os professores. Para ele, normalmente os cursos de instituições com tradição são bons.
Além desses fatores, é importante buscar se o curso é reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC), o que garante a validade do diploma no Brasil. Isso vale para especializações e MBAs, já que não são avaliados. Algumas instituições disponibilizam essa informação no próprio site, mas, em via de dúvidas, pode-se verificar no portal do Cadastro Nacional de Cursos e Instituições de Educação Superior (Emec).
Como diferenciar cada um dos tipos de pós-graduação
Chegar à pós-graduação, cada vez mais, deixa de ser um diferencial para se tornar uma obrigatoriedade. Isso se dá em virtude das inúmeras e diferentes possibilidades oferecidas pelos meios público e privado, além da concorrência acirrada no mercado de trabalho.
É um segmento que cresce a reboque da graduação, a etapa anterior, e que conta com aumento de 44,6% no número de estudantes matriculados de 2008 a 2018, de acordo com o Censo da Educação Superior do Ministério da Educação. Maior quantidade de graduados significa um público maior apto a fazer uma pós. E ele precisa compreender as diferenças entre as modalidades disponíveis, começando por expressões não tão amigáveis, à primeira vista: lato sensu (especialização e MBA) e stricto sensu (mestrado e doutorado).
A principal diferença está no fato de que as especializações e os MBAs são cursos específicos. Já os mestrados são feitos em áreas específicas, enquanto os doutorados contam com supervisores específicos.
Professora emérita da Faculdade de Educação da UFRGS, Carmen Craidy informa que, para ingressar em algum curso de pós-graduação, normalmente são feitas entrevista, prova escrita e é necessário entregar um projeto de pesquisa — este, mais comum apenas em mestrados e doutorados. No entanto, as exigências variam de acordo com cada instituição de ensino. Por isso, é importante estar atento aos editais.
Mas as diferenças não param na hora da inscrição, é claro, até porque cada modalidade oferece uma titulação. Enquanto o trabalho de conclusão de curso finaliza a especialização e o MBA, a dissertação conclui o mestrado, e a tese, o doutorado.
Ao contrário da graduação, alguns cursos de pós não têm aulas diárias e, na pandemia, os encontros tiveram de ser remotos. Mesmo assim, o impacto do distanciamento não impede a produção dos estudantes, afirma Carmen Craidy:
— O ensino remoto em nível de pós-graduação exige mais dos alunos, mas isso é possível, porque a pessoa que está na universidade já tem o mínimo de independência intelectual para seguir uma orientação remota e ter aproveitamento.
Especialização
Duração: 1 a 2 anos.
Busca atualizar e capacitar o profissional em uma área específica.
MBA
Duração: 1 a 2 anos.
É uma especialização indicada a quem já trabalha em uma área e deseja se capacitar para ser líder ou gestor.
Mestrado
Duração: 2 anos.
Aprofunda o conhecimento sobre uma área por meio da pesquisa. Pode-se fazer o acadêmico, voltado a quem deseja seguir carreira universitária, ou o profissional, voltado a outras áreas do mercado de trabalho.
Doutorado
Duração: 2 a 4 anos.
É mais específico do que o mestrado. Aprofunda-se em conceitos teóricos para buscar novos avanços para a área.