As instituições federais tiveram mais da metade de seus cursos de graduação com as mais altas notas no sistema de avaliação do Ministério da Educação (MEC) em 2018. O desempenho da rede é quase duas vezes superior ao de faculdades e universidades com fins lucrativos.
Os indicadores foram divulgados nesta quinta-feira (12) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do MEC responsável pela avaliação do ensino superior.
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, tem insistido em um discurso crítico à qualidade das federais. Ao mesmo tempo, suas declarações vão no sentido de priorizar o setor privado na expansão e de defender uma autorregulação para o sistema.
As graduações são classificadas pelo Conceito Preliminar de Curso (CPC), que leva em consideração notas do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), prova feita por concluintes das graduações, e informações como o perfil de titulação de professores.
O CPC tem uma escala de um a cinco. Cursos com conceitos um e dois são considerados insatisfatórios e podem ter a autorização de funcionamento comprometida. Já as notas quatro e cinco têm melhor qualidade em relação aos demais.
Entre as federais, 56,8% dos cursos avaliados no ano passado ficaram nos dois últimos intervalos. Esse percentual é de 28,35% nas privadas com fins lucrativos.
Na outra ponta, com conceitos um e dois, as federais têm 2,4% de cursos e as privadas com fins lucrativos, 10,7%.
As instituições públicas estaduais, por exemplo, tiveram 30,8% dos cursos com notas quatro e cinco. O resultado é inferior ao registrado entre as privadas sem fins lucrativos, com 33,4% das graduações nesse patamar.
Tiveram conceito calculado no ano passado 8.520 bacharelados e cursos superiores de tecnologia. A cada três anos, um grupo de graduações é avaliado. Fazem parte deste ciclo de avaliação cursos de 27 áreas. Entre eles estão Administração, Direito, Psicologia e Ciências Contábeis.
Mais da metade dos cursos está em instituições privadas com fins lucrativos: são 4.346 cursos. As universidades federais concentram 684 cursos.
Ao levar em conta todas as instituições, entre públicas e privadas (com e sem fins lucrativos), 33,4% estão com notas quatro e cinco. A maioria dos cursos, 56,6%, está na nota três e 9,9% se posiciona nas notas mínimas, um e dois.
As graduações avaliadas em bacharelados são Administração, Administração Pública, Ciências Contábeis, Ciências Econômicas, Design, Direito, Jornalismo, Psicologia, Publicidade e Propaganda, Relações Internacionais, Secretariado Executivo, Serviço Social, Teologia e Turismo.
Já os cursos tecnológicos analisados foram Comércio Exterior, Design de Interiores, Design de Moda, Design Gráfico, Gastronomia, Gestão Comercial, Gestão de Qualidade, Gestão de Recursos Humanos, Gestão Financeira, Gestão Pública, Logística, Marketing e Processos Gerenciais.
O Inep também divulgou o Índice Geral de Cursos (IGC), indicador referente às instituições. Ele é calculado com base na média do CPC nos últimos três anos, combinado com informações como a qualidade da pós-graduação.
A distribuição segue a mesma tendência do índice de cursos. Das instituições avaliadas, 68,6% das federais estão com as duas notas mais altas (considera universidades e institutos federais). O percentual é de 18,1% entre as privadas com fins lucrativos.
No geral, independentemente do tipo de instituição, 22,3% estão nos dois intervalos superiores (quatro e cinco) e 63,6% com a nota 3. Na ponta inferior, 12,9% das instituições tiveram IGC com conceito um e dois.