Para demonstrar apoio ao Colégio Metodista Americano, em Porto Alegre, a comunidade escolar da instituição deu um grande abraço ao prédio no início da tarde desta sexta-feira. O movimento De Mãos Dadas com o Colégio Americano, organizado pelos pais dos estudantes, justificou o ato como uma forma de reafirmar a confiança no trabalho da instituição.
No início deste mês, GaúchaZH publicou reportagem com relatos de professores em apuros financeiros e de pais preocupados com o futuro dos filhos e da entidade. Nos últimos dois anos, a instituição vem repetindo atrasos nos pagamentos de salários e de benefícios, como o 13º, dos funcionários. Em 8 de julho, a folha de pagamento de junho dos docentes foi quitada pela escola, sem deixar valores pendentes.
Um dos mais tradicionais de Porto Alegre, o Colégio Metodista Americano, fundado há 133 anos, tem hoje 1,2 mil alunos e 90 professores. E foi para reforçar valores como educação, compreensão, caridade, amizade, alegria, companheirismo e respeito às diferenças que, munidos de balões nas cores da escola, pais e alunos se uniram pela instituição.
Segundo uma das organizadoras do movimento, a designer Cristina Bernhard Barroso, 42 anos, mães de dois alunos da escola, a intenção foi confirmar que as famílias não tirarão os filhos da escola:
— Não podemos deixar a imagem do Americano se propagar desta forma. Os professores seguem atuando perfeitamente com os nossos filhos. Nós acompanhamos a evolução dos nossos filhos na escola. Não caiu a parte profissional da direção e dos professores. Então, queríamos mostrar para a escola que a amamos e que isso tudo vai passar.
O assistente administrativo Wilson Moraes, 42 anos, pai de um aluno do quinto ano, fez questão de estar presente na iniciativa.
— Um colégio com mais de cem anos de serviços prestados à comunidade não pode ser deixado de lado. Crises financeiras podem ocorrer com qualquer instituição. O maior objetivo deste abraço é fortalecer os laços entre pais e alunos e a instituição. Estamos do lado do Colégio Americano e não vamos abandoná-lo — garantiu Moraes.