O ministro da Educação, Rossieli Soares da Silva, confirmou nesta quarta-feira (18) que o governo federal trabalha em mudanças na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), apresentada em abril ao Conselho Nacional de Educação (CNE). Durante visita a instituições de ensino de Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, o ministro disse que o documento é "uma versão em debate".
— A Base Nacional Comum, à medida que o ministério entregou ao Conselho Nacional, não entregou como uma versão imexível, é uma versão em debate. Por isso, temos audiências públicas, por isso, o conselho e o ministério recebem sugestões. Então, não temos problema em sentar à mesa e buscar melhorar este documento com toda a sociedade.
Apesar das mudanças, o ministro trabalha para homologar a versão final do documento ainda em 2018. Depois disso, as escolas terão até dois anos para colocar em prática as mudanças.
— A intenção do ministério é que tenhamos a base este ano. Estamos discutindo, mas precisamos chegar a algum ponto.
As declarações do ministro ocorrem após reportagem do jornal Folha de S.Paulo apontar que os ajustes serão feitos para minimizar as resistências à proposta. O documento tem sido criticado por não detalhar conteúdos das áreas de ciências humanas e ciências da natureza, já que apenas matemática e linguagens receberam maior atenção no texto. Além disso, não há indicação de competências específicas para a parte diversificada do currículo.
De acordo com a reforma do Ensino Médio, aprovada no ano passado, parte do currículo será comum a todos, seguindo a BNCC, e, outra, será definida de acordo com cinco itinerários formativos escolhidos pelos estudantes: linguagens, matemática, ciências humanas, ciências da natureza e educação profissional.
Segundo Rossieli, o governo está trabalhando nas competências específicas para cada itinerário, mas "sem engessar" as escolas e as redes de ensino.
Sobre a possibilidade de oferta de aulas a distância no Ensino Médio, o ministro garantiu que essa opção não foi originária do Ministério da Educação, mas que acredita que as tecnologias podem ser usadas para formar os alunos.
— Mas nunca substituindo a presença de um professor — reiterou.
Visita ao RS
O ministro da Educação visitou a Fundação Liberato e o Colégio Estadual 25 de Julho, em Novo Hamburgo, na manhã desta quarta-feira (18). Ele anunciou R$ 130 mil para a realização da Mostratec, feira de ciências promovida pela Liberato que ocorre em outubro e reúne cerca de 40 mil visitantes, além de 3 mil expositores acadêmicos. Outros R$ 70 mil ainda podem ser repassados para o evento, via Institutos Federais de Educação.
Gaúcho de Santiago, Rossieli morou 10 anos no Vale do Sinos. Durante a visita, ele anunciou R$ 200 mil para o Colégio 25 de Julho, escola onde estudou nos anos 1990. O recurso será usado em obras de melhorias.
À tarde o ministro participa de encontro com o governador José Ivo Sartori, no Palácio Piratini.