Uma pesquisa encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com o movimento Todos pela Educação, revela que, na visão dos brasileiros, falta comprometimento dos governos com a qualidade do ensino.
Conforme o levantamento, os brasileiros consideram que melhorar o salário dos professores é uma das principais medidas para melhorar a educação no país. A pesquisa Retratos da Sociedade Brasileira - Educação Básica foi realizada em setembro do ano passado, em 126 municípios, com dois mil entrevistados.
Prefeitos, governadores e presidente da República têm muita responsabilidade pelo nível do ensino oferecido, segundo mais de 70% dos pesquisados, mas 77% concordam totalmente ou em parte que falta comprometimento das autoridades com a qualidade das escolas.
Questionados sobre ações necessárias para aprimorar o desempenho dos alunos do sistema público, os entrevistados citaram equipar melhor as escolas (28%), estimular a participação dos pais (25%), aumentar a segurança nos estabelecimentos (24%), melhorar o método de ensino (23%), melhorar a gestão (18) e aumentar o tempo de permanência dos estudantes (18%). A ação mais importante com relação ao magistério, segundo a população, é o aumento de salários. Quarenta por cento apontaram essa opção, à frente de aumentar a quantidade de docentes (34%), melhorar a formação (32%) e garantir a segurança dos mestres em sala de aula (27%).
Uma outra descoberta da pesquisa é que, para 77% brasileiros, a baixa qualidade da educação oferecida no país está na base de um dos principais problemas nacionais, a violência. Só 11% dos entrevistados discordam totalmente dessa avaliação.
O levantamento constata também que aumentou a insatisfação com a qualidade do ensino. De acordo com os dados, a reprovação é mais pronunciada em relação às escolas públicas: quase um terço dos entrevistados (26%) considera o ensino no nível médio como ruim ou péssimo. Em 2013, quando levantamento semelhante foi feito, o percentual era 15%. Caiu também de 48% para 31% o percentual dos que consideram o Ensino Médio como ótimo ou bom.
Nas escolas particulares, os entrevistados que consideravam essa etapa escolar como ótima ou boa também diminuiu de 76% para 64% no mesmo período. A avaliação negativa manteve-se em cerca de 3%. A percepção da maioria entrevistada também é que os estudantes não estão preparados para a etapa escolar seguinte ou para o mundo do trabalho. Apenas 12% dos brasileiros acreditam que o aluno do Ensino Médio das escolas públicas está bem preparado para se inserir no mercado profissional e quase um quarto da população (23%) diz que está despreparado. Em 2013, 55% dos brasileiros consideravam que o aluno estava bem ou razoavelmente preparado e agora esse percentual é 42%.