Em assembleia geral do Cpers/Sindicato na tarde desta sexta-feira, professores estaduais decidiram entrar em greve por tempo indeterminado a partir de 20 de dezembro caso o governo do Rio Grande do Sul não pague em dia os salários da categoria, incluindo o 13º, neste final de ano. Com isso, o início do ano letivo de 2017 nas escolas da rede estadual gaúcha não está garantido.
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Participaram da votação cerca de 1,5 mil professores da rede estadual de ensino, que estiveram presentes no Ginásio Gigantinho, em Porto Alegre. A decisão poderá ser reavaliada em nova assembleia da categoria marcada para 8 de dezembro, mas só deve ser cancelada caso o magistério não seja afetado, no próximo mês, pelo parcelamento de salários promovido pelo governo gaúcho diante da crise financeira.
A categoria também aprovou um dia de paralisação "contra os ataques aos direitos dos trabalhadores" em 25 de novembro, além de mobilizações contra a reforma do Ensino Médio, a PEC 241, as reformas trabalhista e da previdência, entre outros.
Os professores ainda devem se mobilizar após o envio de um pacote de medidas proposto pelo governador José Ivo Sartori e previsto para ser encaminhado à Assembleia no dia 22 de novembro. Uma vigília está programada para entre 12 e 20 de dezembro, em frente ao Palácio Piratini, contra o pacote e pelo pagamento do 13º salário em dia. Durante esse período, não há garantia de que as escolas estaduais terão aulas normalmente.
Não iniciar o ano letivo de 2017 era o primeiro item da proposta de mobilização apresentada pela direção da categoria na assembleia. Dois destaques, porém, sugeriram que uma greve por tempo indeterminado tivesse início antes, ainda neste ano. Um deles propunha que todos os alunos fossem aprovados, independente das notas individuais, em 30 de novembro, e nessa mesma data uma paralisação tivesse início.
O outro, que acabou sendo aprovado, sugeria que a greve começasse em 20 de dezembro e, como forma de protesto, as notas dos alunos não fossem entregues à Secretaria de Educação. A paralisação ficou condicionada à capacidade de o governo pagar o 13º e o salário de dezembro em dia, sem parcelamento.
Se concretizada, esta será a segunda greve promovida pelo sindicato dos professores do Estado em 2016 – podendo afetar as escolas que teriam aulas até janeiro para recuperar os dias perdidos na primeira, a mais longa greve do Cpers/Sindicato nos últimos 25 anos, que chegou ao fim em julho após 53 dias de paralisação.
Professores derrubam punição a gestão anterior do Cpers
Além da decisão sobre a greve, outra votação ocorreu na assembleia nesta tarde. Por 871 votos a 601, os professores presentes decidiram que a gestão anterior do sindicato – então presidido pela professora Rejane de Oliveira, que comandou a entidade por seis anos – não deveria receber uma suspensão.
A punição foi sugerida, conforme a atual presidente, Helenir Aguiar Schürer, porque uma auditoria independente verificou uma série de problemas nas contas apresentadas pela direção do sindicato na época, resultando em um prejuízo total de R$ 2,5 milhões. Os problemas estariam concentrados no mau uso dos recursos, especialmente em relação a contratos onerosos.