Não bastou bater recorde na arrecadação com inscrições, com R$ 136 milhões: a edição 2016 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) será a mais cara de todas. O governo deve gastar, somando despesas com segurança, transporte, realização e impressão de provas, entre outras, R$ 788 milhões neste ano.
Para cobrir parte desses valores, o Ministério da Educação (MEC) vai receber, dentro do R$ 1,103 bilhão liberado como crédito extraordinário por meio do projeto de lei aprovado na tarde de terça-feira pelo Congresso Nacional,
R$ 400,9 milhões para a realização do exame. Os R$ 702,5 milhões restantes serão destinados ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
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Mais inscritos, mais gastos
A edição de 2016 do Enem tem o segundo maior total de inscritos na história da prova: são 8,62 milhões de alunos – mais do que isso, só em 2014. No ano passado, 7,79 milhões se candidataram. Ou seja: há um crescimento de 10,6% no número de inscrições, percentual semelhante aos 9,15% de aumento nos custos estimados. O MEC explica ainda que mais dispositivos de segurança estão sendo implementados para a realização das provas neste ano.
Custo médio por candidato
O orçamento de R$ 788.345.024 atende um total de 8.627.195 inscritos – o que dá uma média de R$ 91,38 por candidato. O valor é 44% maior do que no ano passado, quando fazer a prova custou cerca de R$ 63 por participante. Considerando o abatimento das inscrições no custo, contudo, a estimativa cai para cerca de R$ 75 por aluno neste ano.
Economia e dívidas
Em outubro do ano passado, o então ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou que a pasta economizou R$ 46 milhões com a redução nos gastos com impressão e envio do cartão de inscrição. Conforme o atual titular da pasta, Mendonça Filho, porém, o montante atual de gastos previsto engloba dívidas deixadas pelo antecessor, referentes ao Enem 2015.
Números do Enem
R$ 788.345.024 gastos
8.627.195 candidatos inscritos
18 milhões de provas impressas
1.727 municípios de aplicação
As provas serão realizadas nos dias 5 e 6 de novembro. No primeiro dia, sábado, o candidato terá 4 horas e 30 minutos para responder a questões de Ciências Humanas e de Ciências da Natureza. No domingo, ele terá 5 horas e 30 minutos para as perguntas de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Matemática e Redação.
Nos dois dias de avaliação, os portões devem ser abertos ao meio-dia e fechados às 13h, no horário de Brasília. As provas estão previstas para começar às 13h30min. Os gabaritos oficiais das questões objetivas serão divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) até 9 de novembro.
* Zero Hora