A recuperação dos dias de greve do magistério coloca o governo do Estado e o Cpers/Sindicato, mais uma vez, em lados opostos. Representantes da categoria reclamam que alguns planos que visam suprir o período sem aulas não estariam sendo homologados por conterem mais de 15 sábados letivos, contrariando o Calendário Escolar 2016, publicado em dezembro passado, e uma ordem de serviço do Executivo editada após a paralisação.
A situação foi tornada pública pela direção do sindicato em uma entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira.
– Amanhã (sexta-feira), temos conselho geral, e está na pauta a proposta de, se o governo não nos deixar usar os sábados necessários para que as aulas não prossigam no verão, pois é muito quente e a produção dos alunos cai muito, não usar nenhum sábado – afirma a presidente do Cpers, Helenir Aguiar Schürer, que prevê o fim das aulas na primeira quinzena de janeiro se todos os sábados forem usados.
Conforme a presidente, sem trabalho nos fins de semana, as aulas podem terminar em fevereiro, e o próximo ano letivo iniciar bem mais tarde. As aulas se encerrariam em 23 de dezembro. Devido à paralisação, é preciso estender o ano letivo por cerca de 40 dias até cumprir os 200 previstos em lei. Com mais 45 dias de férias, as aulas de 2017 começariam apenas em abril.
Zero Hora tentou falar com a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual da Educação (Seduc) para obter um posicionamento sobre o tema, mas não conseguiu contato até as 13h45min. Nesta tarde, haverá uma reunião na Seduc com representantes do Cpers.
Helenir cita a lei que dispõe sobre a Gestão Democrática do Ensino Público para sustentar que é possível que as escolas decidam a forma como vão recuperar as aulas. Para ela, essa lei não poderia estar sujeita a uma ordem de serviço. A dirigente sindical afirma que o padrão é a direção, junto com a comunidade escolar, aprovar o calendário e encaminhe às coordenadorias regionais – ocorrendo depois a homologação.